Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica do Banco CentralRaphael Ribeiro/ BC
Guillen: Natural que BC fale com setor financeiro para tomar melhor decisão
Autoridade monetária estuda criar uma pesquisa nos moldes do Boletim Focus com empresas de outros segmentos da atividade econômica
Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Abry Guillen, rebateu há pouco a avaliação de que a diretoria da instituição só ouve o mercado para tomar suas decisões. Ele lembrou que o BC estuda criar uma pesquisa nos moldes do Boletim Focus com empresas do setor não financeiro.
"É natural que a gente fale bastante com o sistema financeiro, somos os reguladores das entidades financeiras e é esperado que haja essa proximidade. E do ponto de vista de política monetária, essas instituições fazem previsões muito robustas, então ouvi-las contribui para tomar a melhor decisão", afirmou, na live semanal do BC, cujo tema nesta segunda-feira é "Política Monetária: por que a comunicação é tão importante?".
Para o diretor, isso não significa reduzir as conversas com o setor não financeiro. "Temos uma ideia de pesquisa de estimativas com o setor não financeiro. Tal como temos o Focus, teremos um análogo com o setor não financeiro, perguntando para as empresas o que elas estão pensando. Isso não tira a importância ou a relevância do Focus, mas é uma métrica complementar que vale a pena explorar", avaliou.
Entrevista coletiva
Guillen também disse que a ideia de realizar uma entrevista coletiva logo após as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) é uma tema "para se pensar". Segundo ele, uma eventual mudança teria a vantagem de evitar quaisquer dificuldades na interpretação dos comunicadores do colegiado.
"Por outro lado, fazer imediatamente após a reunião, como faz o Fed, pode perder algum tempo de maturação do entendimento da decisão", disse Guillen, referindo-se ao banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve.
"Na comunicação, o desafio é sempre o ruído versus o sinal. Vários BCs fazem entrevistas após a reunião, alguns após a ata e nós fazemos após o Relatório de Inflação - como outros emergentes", afirmou, na live semanal do BC, cujo tema nesta segunda-feira é "Política Monetária: por que a comunicação é tão importante?".
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