A Rússia atingiu portos ucranianos nesta terça-feira (18), um dia depois de sair de um acordo apoiado pela ONU e permitindo que Kiev, capital da Ucrânia, exportasse grãos. O acordo de exportação de grãos do Mar Negro, negociado há um ano pela Turquia e pelas Nações Unidas, foi um dos únicos sucessos diplomáticos da guerra, evitando uma emergência alimentar global.
Ucrânia e Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de grãos e outros alimentos. Se o grão ucraniano for novamente bloqueado no mercado, os preços podem disparar em todo o mundo, atingindo mais duramente os países mais pobres.
“A nível global, claro que a notícia é impactante, no sentido negativo. Ao diminuir a oferta de um produto básico sem alteração da demanda, há o encarecimento natural desse produto. No entanto, como o principal setor da economia brasileira é o agronegócio, o cenário acaba sendo extremamente positivo para os produtores brasileiros, impactando o nosso PIB. Além disso, com a entrada de mais dólares no mercado brasileiro, há o aumento da nossa reserva desta moeda, o que reflete em provável a diminuição do dólar e, consequentemente, da inflação, afetando novamente de forma positiva os brasileiros”, avalia Tiago Velloso, economista e fundador da Rota Investimentos-XP.
Ataque russo
Um ataque executado durante a noite pela Rússia provocou danos às infraestruturas portuárias de Odessa, no sul da Ucrânia, anunciaram as autoridades militares de Kiev nesta terça-feira (18), poucas horas depois de Moscou rejeitar a prorrogação de um acordo para a exportação de grãos na região.
Seis mísseis Kalbir lançados contra Odessa e 21 drones de fabricação iraniana que se aproximavam da região foram "destruídos" pela defesa antiaérea, anunciou o comando sul do exército ucraniano em um comunicado.
"Infelizmente, os destroços dos mísseis abatidos e a onda expansiva da derrubada danificaram as infraestruturas portuárias e várias residências particulares", acrescenta a nota, que não menciona a cidade afetada.
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