Em julho, a queda na proporção de famílias endividadas é de 0,4 ponto percentualMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Em julho, a queda na proporção de famílias endividadas é de 0,4 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mês anterior (78,5%). É também o menor resultado desde janeiro (78%). A Peic entrevista cerca de 18 mil consumidores em todas as capitais e no Distrito Federal e leva em consideração dívidas a vencer em cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro e de casa.
Do total de pessoas com dívidas, 18,2% consideram-se “muito endividadas”, percentual que apontou queda pela primeira vez desde dezembro.
“O início desse segundo semestre vem sendo marcado por melhora nas condições de renda das famílias, com inflação que vem caindo de forma sustentada. Além disso, o mercado de trabalho vem absorvendo mais pessoas, deixando o consumidor mais seguro no emprego”, explica a economista da CNC Izis Ferreira, que acrescenta entre os fatores o reflexo do Desenrola.
O programa Desenrola começou a fazer a renegociação de dívidas da Faixa 2 (pessoas com renda de dois salários mínimos [R$ 2.640] até R$ 20 mil por mês) no dia 17 de julho. Em setembro, começarão a ser atendidas as pessoas com renda de até dois salários mínimos.
Classe média
“Esse público vai ser priorizado [pelo Desenrola] em setembro. No último trimestre do ano vai ser o momento em que a gente pode observar uma redução mais significativa no volume de endividados e inadimplente no grupo de pessoas de baixa renda”, prevê economista.
Apesar do recuo na proporção geral de endividados, a Peic mostrou aumento no percentual de dívidas atrasadas, que subiu de 29,2% para 29,6% entre junho e julho. Houve crescimento também nos que declararam não ter condições de pagar as dívidas que vencerão, 12% para 12,2%, de junho para julho.
Cartão de crédito
“O crédito rotativo do cartão é a modalidade de dívida mais cara no Brasil. Uma redução no volume de endividamento no cartão é um aspecto muito positivo. E tende continuar caindo conforme o cronograma do Desenrola for avançando ao longo desse ano”, explica Izis Ferreira.
Isso mostra que essa grande iniciativa de renegociação de dívidas tem o potencial muito grande de resgatar o consumo das famílias, melhorando as condições financeiras e orçamentares dessas famílias”, conclui.
O levantamento detalha que 29,7% da renda do brasileiro estão comprometidos para pagar as dívidas. Esses compromissos duram, geralmente, 6,9 meses no bolso das famílias. Além das contas atrasadas são pagas, em média, 62,5 dias após o vencimento.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.