Banco dos Brics é presidido pela ex-presidente do Brasil, Dilma RousseffMarcelo Camargo/Agência Brasil
Com 26% do Produto Interno Bruto (PIB) global, o Brics não tem um critério formal de filiação. O grupo funciona mais ou menos nos moldes do G7 (grupo das sete maiores economias do planeta), que periodicamente se reúne para discutir políticas externas. Nos últimos anos, o Brics tem ganhado força ao promover acordos de cooperação mútua e constituir um banco de desenvolvimento, atualmente presidido pela ex-presidenta Dilma Rousseff.
Nascido de um acrônimo (palavra formada por iniciais) cunhado em 2001 por Jim O’Neil, então economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs, o Brics nasceu como Bric, que também significa tijolo em inglês. Na época, o economista tentava designar economias emergentes com alto potencial de crescimento no século 21. Somente em 2006, os quatro países constituíram um fórum formal de discussões, na Reunião de Chanceleres organizada à margem da 61ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro daquele ano.
Após um período em que apenas ministros de Relações Exteriores se encontravam, o Bric promoveu a primeira reunião de chefes de Estado em 2009, na Cúpula de Ecaterimburgo, na Rússia. Em 2010, foi realizado o segundo encontro, em Brasília. Em 2011, na terceira reunião de cúpula, em Sanya (China), a África do Sul foi incluída, e a sigla ganhou a letra s.
Banco
Também em 2014, foi formado o Fundo de Reservas do Brics para preservar a estabilidade financeira dos países membros em tempos de crise. Reserva de recursos para ser usada como socorro em caso de necessidade, o fundo nasceu com US$ 100 bilhões. Desse total, US$ 41 bilhões vieram da China. Brasil, Índia e Rússia contribuíram com US$ 18 bilhões cada, e a África do Sul entrou com os US$ 5 bilhões restantes. No caso do Brasil, os recursos vieram de uma parte das reservas internacionais do Banco Central alocadas no fundo.
Nos últimos três anos, o NDB expandiu-se e passou a permitir a adesão de países em desenvolvimento ou do chamado “sul global”. Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos ingressaram no banco. O Uruguai passará a integrar a instituição em breve.
Perspectivas
A 15ª reunião do Brics ocorre sob a tensão da guerra entre Rússia e Ucrânia e o plano da China de permitir a ampliação do grupo. O bloco, no entanto, não divulgou a lista dos países que querem fazer parte do Brics. Apenas informou que cerca de 40 países manifestaram interesse e listas paralelas de 18 candidatos passaram a circular nos últimos dias. A decisão sobre a inclusão de novos membros e uma eventual ampliação do acrônimo precisa ser tomada por consenso dos cinco integrantes atuais.
Além da integração financeira, o Brics traz oportunidades para a ampliação do comércio entre os países membros. O Brasil exporta comida, minérios e tecnologia para a extração de petróleo. Em contrapartida, uma política de integração aumenta o acesso do país a minérios raros e a tecnologias emergentes desenvolvidas pela China (como painéis solares, baterias de longo armazenamento, carros elétricos, 5G e inteligência artificial).
O Brasil também pode se beneficiar dos recursos naturais e energéticos da Rússia, dos produtos farmacêuticos e dos serviços de tecnologia de informação da Índia e dos minérios tradicionais (ouro, platina e diamante) da África do Sul.
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