A indústria de carros elétricos cresce a cada dia no Brasil. A ideia de ter um veículo não poluente e não pagar mais pelo combustível é cada vez mais atrativa. No entanto, ainda há um longo caminho para que a presença desses veículos seja sólida no mercado nacional.
Na cidade do Rio de Janeiro, o número de veículos elétricos (somando os que são 100% elétricos e híbridos) emplacados em 2022 foi de 1.799, de um total de 90.355 veículos emplacados, correspondendo a 2% do total.
Em 2023, somente no primeiro semestre foram emplacados 1.665 veículos elétricos (somando os que são 100% elétricos e híbridos), de um total de 50.338, correspondendo a 3,3%. Ou seja, a participação de veículos elétricos no total de emplacamentos cresceu 65% se compararmos o ano de 2022 com o primeiro semestre de 2023. Os dados foram fornecidos pelo Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran.RJ). Os carros elétricos são divididos principalmente nas seguintes categorias:
- HEV - elétricos híbridos: Com motor a combustão e motor elétrico alimentado por baterias, carregado pela própria energia cinética do veículo.
- PHEV - híbridos plug-in: Com motor a combustão e motor elétrico alimentado por bateria, carregado por energia elétrica.
- BEV - elétricos a bateria: Com um motor elétrico alimentado por bateria, carregado por energia elétrica.
Segundo levantamento feito pela Neo Charge, empresa de soluções de eletrificação para automóveis, há 124.361 carros com algum tipo de eletrificação registrados no país. São 69% de híbridos ou híbridos leves; os híbridos plug-in (necessitam de carregamento) representam 22% da frota; e os carros totalmente elétricos somam 9%.
Pelo levantamento da Neo Charge, há no país 11.200 carros totalmente elétricos. A autonomia desses veículos costuma variar muito de modelo a modelo. O Chevrolet Bolt EV, pode exemplo, pode rodar até 390 quilômetros, enquanto o JAC E-JS1 tem autonomia de 161 quilômetros.
Investimento inicial mais alto
Em geral, os carros elétricos no Brasil são mais caros que os veículos comuns. Os modelos básicos custam a partir de R$ 120 mil, enquanto os carros populares movidos a combustão partem de R$ 40 mil.
Alguns fatores contribuem para o alto preço dos carros elétricos, como a tecnologia, que ainda é relativamente nova e cara de produzir, e a bateria, que é um dos componentes mais caros do automóvel elétrico, porém seu custo vem caindo nos últimos anos.
No entanto, a queda do preço do veículo elétrico vem ocorrendo gradativamente nos últimos anos, à medida que a tecnologia se torna mais acessível e a produção ganha escala. A expectativa é que, com o tempo, os carros elétricos tenham preços mais atrativos e competitivos, ganhando espaço no mercado brasileiro.
Por toda a cidade do Rio de Janeiro, é possível encontrar concessionárias que vendem automóveis elétricos das mais variadas marcas, como Volvo, Renault, JAC, BMW, Audi, Nissan, Peugeot, BYD. As concessionárias estão espalhadas por diferentes regiões da cidade, como Barra da Tijuca, Copacabana, Botafogo e Centro.
Melhor para a natureza, mas há ressalvas
De acordo com um estudo realizado pelo Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), a produção de carros elétricos pode gerar emissões significativas de gases de efeito estufa, especialmente devido à extração de materiais como o lítio, usados para a fabricação de materiais.
A engenheira ambiental Thaiane Maciel não nega que a bateria seja um problema para o meio ambiente. No entanto, ela acredita que o carro elétrico ainda seja uma opção mais viável ecologicamente do que os veículos movidos a combustíveis fósseis.
''Do ponto de vista ambiental, o carro elétrico é bem interessante no sentido de emissões mesmo. A grande questão é a bateria. Ainda se está estudando possibilidades com relação a custos. Reciclagem é ainda cara, a tecnologia ainda está em evolução'', explica.
''Acho que não só a questão da confecção da bateria, mas principalmente a reciclagem. O que você vai fazer com ela? Essa é uma questão ainda. Reciclagem de baterias não costuma ser tão simples’’, completa.
Quem tem recomenda
O empresário Jurandy Oliveira, que mora na Freguesia, na Zona Oeste, faz uso de um carro híbrido há dois anos. Ele destaca, entre as principais vantagens, a economia proporcionada pelo veículo.
''A maior vantagem é a economia com custeio de combustíveis. Além disso, não há emissão de gases poluentes e o veículo não produz ruídos provenientes de combustão, o que o torna completamente silencioso''.
Oliveira ressalta que carrega a bateria de seu veículo em casa e no trabalho, além de pontos de recarga em alguns shoppings e mercados. Segundo o empresário, ele raramente recorre à gasolina ou ao etanol.
''Meu veículo, por ser híbrido, consome um tanque de combustível a cada 90 dias. Antes o consumo era de um tanque a cada semana'', revelou. Ele, inclusive, dá um conselho para quem ainda não considera utilizar um carro elétrico. ''Eu diria que o carro elétrico é uma realidade, e os veículos que utilizam combustíveis fósseis num futuro próximo serão cada vez mais desvalorizados'', avalia.
Alguns locais para abastecimento na cidade
Zona Norte
- Estação de carregamento para veículos elétricos, Rodovia Presidente Dutra, 127 - Jardim América.
- Estação de carregamento para veículos elétricos, Rodovia Sen. Bernardo Monteiro, 28 - Benfica.
Zona Oeste
- Estação de carregamento para veículos elétricos, Av. Maria Teresa, 75 - Campo Grande.
- EZvolt Charging Station, Av. das Américas, 2250 - Barra da Tijuca.
- Estação de carregamento para veículos elétricos, Rua. Santo Eulógio, 66 - Freguesia.
Zona Sul
- EZvolt Charging Station, Marina da Glória - Av. Infante Dom Henrique.
- Shopping Leblon - Av. Afrânio de Melo Franco, 290 - Leblon.
Centro
- EZvolt Charging Station, Av. Pres. Antônio Carlos, s/nº.
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