O segmento de alimentação é um dos destaques, com 12% do total das transações realizadasMarcello Casal Jr/Agência Brasil

O Pix se consolidou como o meio de pagamento mais utilizado no Brasil, por sua praticidade e segurança. Mas, além de substituir o DOC como principal forma de transferência de dinheiro entre pessoas físicas, ele tem ganhado cada vez mais espaço nos hábitos de consumo dos brasileiros, tornando-se essencial para o comércio na relação com seus clientes. Segundo levantamento do Itaú, o uso do Pix em compras de bens ou serviços — transações de pessoa física para pessoa jurídica — cresceu 107% no Estado nos primeiros oito meses de 2023 (na comparação com o mesmo período de 2022).
“O Pix vem ocupando um espaço importante na forma como o brasileiro transaciona, e nas relações de consumo, de compra de bens e serviços, tem um papel complementar aos cartões de crédito e débito. Os dados mostram esse comportamento, e corroboram a relevância que esta forma de pagamento tem alcançado na vida das pessoas", afirma Mario Miguel, diretor de Pagamentos do Itaú.
O segmento de alimentação, que corresponde às compras em mercados, é um dos destaques, com 12% do total das transações realizadas no período. Outros que aparecem bem posicionados são lojas (3%), combustíveis e farmácias (cada um com 2% das compras com Pix).
Idade, gênero e mais
Considerando o recorte por gênero, os homens gastam mais em compras com Pix do que as mulheres — eles são responsáveis por 62% do faturamento total. No número de transações, a divisão é mais equilibrada, com 52% das compras com Pix feitas por homens, e 48%, por mulheres. Com isso, o ticket médio masculino é maior — de R$ 372, contra R$ 249 do feminino.
Olhando para as gerações, o consumo com o Pix é um reflexo da realidade populacional brasileira, e mostra como ela vem se alterando. A geração Y — nascidos entre 1981 e 1996 — é a que mais o utiliza nas compras, com 48% das transações. Ela é seguida pela geração X (nascidos entre 1965 e 1980), com 29%, geração Z (nascidos entre 1997 e 2010), com 13%, e babyboomers (nascidos entre 1946 e 1964), com 9%. No valor, os boomers ainda gastam mais que os zennials, com 17% do share, contra 5%. Y e X quase empatam, com 39% e 28%, respectivamente.
Quando o filtro é o estado civil, os solteiros são os que mais compram com o Pix, representando 63% das transações, enquanto os casados têm 38%. Considerando o valor gasto com a modalidade, os casados têm mais representatividade, com 39% (e 51% dos solteiros). Isso se reflete em um ticket médio maior de quem é casado (R$ 438 contra R$ 256 dos solteiros).
Já considerando o horário, 43% das compras com Pix estão concentradas no período da tarde (entre 12h e 18h). A parte da manhã (6h – 12h) tem 29% das transações, a noite (entre 18h e 0h) tem 25%, e a madrugada (0h-6h), 3%. A manhã tem o ticket médio maior — R$ 352, enquanto na madrugada, ele é de R$ 85.
Os dados fazem parte do estudo Análise do Comportamento de Consumo, relatório que traz um panorama dos gastos dos brasileiros; neste caso, a análise foi feita com base nas transações via Pix realizadas por clientes do Itaú, considerando aquelas feitas de pessoa física para pessoa jurídica — entre janeiro e agosto de 2023, na comparação com o mesmo período de 2022.