Haddad classificou como "populismo" a desoneração dos combustíveis feita pelo governo BolsonaroValter Campanato/Agência Brasil

São Paulo - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 25, em um fórum na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo, que apenas duas medidas são responsáveis por uma "erosão de base tributária" da ordem de R$ 100 bilhões.
A primeira, disse ele, foi uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que retirou o ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins, com impacto de R$ 50 bilhões, ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), aos cofres do Tesouro.
A segunda, continuou, foi a retirada de incentivos e benefícios de ICMS da base de cálculo dos tributos sobre o lucro pago por empresas, com perda de mais R$ 50 bilhões.
Haddad disse que as desonerações somam 6% do PIB, pondo o país em uma situação "absurda", em que incentivos com resultados sociais nulos são concedidos à despeito do déficit fiscal. "Se combinar a erosão da base fiscal mais a ampliação das despesas, esta foi a realidade encontrada em dezembro, fora o populismo de última hora", disse Haddad, referindo-se à desoneração dos combustíveis, feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em ano eleitoral.