Presidente da Petrobras, Jean Paul PratesAgência Brasil
"(O presidente Lula) jamais prometeu que o preço nunca mais subiria, (como se dissesse:) 'Vou me eleger e nunca mais vou subir o preço do combustível'", afirmou Prates em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura.
Prates reiterou que a estatal tem total independência na definição dos preços dos combustíveis. "O governo não manda a gente subir, nem descer, nem segurar, nada disso", afirmou.
O presidente da petroleira também voltou a criticar a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada na gestão de Pedro Parente, em 2017, e classificada por Prates como "nefasta".
O tema também é alvo de críticas do presidente Lula e de outros membros do governo desde a campanha eleitoral.
"Aquilo era irreal, era aplicar o preço do pior concorrente do mercado e garantir a ele suas ineficiências. Ali a Petrobras perdeu market share, ali a Petrobras não reagiu àquela imposição, que era um absurdo", defendeu Prates.
Recompra de refinarias
O presidente da Petrobras afirmou concordar com o entendimento do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a necessidade de recompra de refinarias. O executivo mencionou haver uma análise em curso para a recuperação da capacidade de refino da estatal, sem dar detalhes sobre o tema.
"Eu concordo politicamente com as falas do ministro de Minas e Energia sobre recomprar refinarias. A análise está em curso, mas não podemos falar publicamente", afirmou.
Questionado sobre a estatal estar realizando práticas predatórias de mercado, vendendo petróleo com preços diferentes entre as refinarias próprias e unidades privadas, o executivo acrescentou que a Petrobras tem o direito de fazer a integração vertical de seus negócios.
Prates acrescentou ainda que estuda, dentro do mercado de refino, a expansão da capacidade de produção de biocombustíveis, destacando o plano de investimentos realizado pela Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital.
"Uma parceria com a refinaria da Bahia (Acelen) nos parece uma aproximação válida. Temos um projeto grande sobre biocombustíveis, onde a Petrobras tem terras na região", afirmou Prates.
Braskem
Ele afirmou ainda que a estatal tem interesse em manter a sua posição acionária na Braskem. De acordo com o executivo, a expectativa é que ocorra uma definição em relação à venda da petroquímica até, no máximo, janeiro.
Questionado sobre a possibilidade da petroleira dos Emirados Árabes Unidos Adnoc comprar a Braskem, o executivo afirmou haver uma tendência global de empresas de exploração e produção em comprar companhias do setor petroquímico.
"A Adnoc é uma empresa integrada. Ela é petroleira e também petroquímica. A tendência global está no sentido desses negócios se reacoplarem", afirmou.
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