Setor de supermercados tiveram melhora em setembroTânia Rêgo/Agência Brasil
Para IBGE, supermercados puxam melhora dos índices no varejo
Segmento cresceu 1,6% em setembro
O bom desempenho do setor de supermercados vem ajudando nas vendas do comércio varejista brasileiro, apontou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O volume vendido pelo varejo cresceu 0,6% em setembro ante agosto, após um ligeiro recuo de 0,1% no mês anterior. O segmento de supermercados avançou 1,6% em setembro ante agosto, depois de já ter crescido 1,1% no mês anterior.
"A melhora no varejo tem sido ancorada bastante pela atividade de supermercados", afirmou Santos. "É o quarto mês de crescimento consecutivo, e tem puxado o varejo para o crescimento."
As vendas do comércio varejista subiram 0,8% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano. O resultado sucede avanços de 1,9% no primeiro trimestre e de 0,1% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre imediatamente anterior
Já as vendas do setor de supermercados aumentaram 1,6% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre deste ano, após avanços de 1,0% no primeiro trimestre e de 1,7% no segundo trimestre, sempre na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
A deflação dos alimentos para consumo no domicílio tem impulsionado o desempenho do setor de supermercados, explicou Santos.
Além disso, a expansão na massa de rendimentos e o aumento no número de pessoas ocupadas elevam a probabilidade de consumo, assim como a maior concessão de crédito a pessoas físicas, apontou o pesquisador. "Em agosto e setembro houve crescimento do crédito. Esse crescimento contribui (para o consumo), mas não é um crescimento alto que vá explicar a alta maior no varejo", ponderou.
Como contrapesos, Santos cita que o aumento de preços prejudicou o setor de combustíveis em setembro, enquanto o fechamento de lojas físicas de grandes redes ainda afetou as atividades de vestuário e de outros artigos de uso pessoal e doméstico. "A redução do número de lojas físicas, por conta da crise de grandes empresas que atuam nessas atividades, continua tendo influência nos últimos meses", disse.
Ele acrescenta ainda que a alta do dólar em setembro reduziu o fôlego do consumo de equipamentos de informática.
Cinco das oito atividades que integram o comércio varejista registraram perdas nas vendas em setembro ante agosto: combustíveis (-1,7%), vestuário e calçados (-1,1%), livros e papelaria (-1,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%) e equipamentos para escritório, informática e comunicação (-0,1%). Na direção oposta, houve expansão em móveis e eletrodomésticos (2,1%), supermercados (1,6%) e farmacêuticos e perfumaria (0,4%).
No comércio varejista ampliado - que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve alta de 0,2% em setembro ante agosto. O segmento de veículos registrou queda de 0,9%, enquanto material de construção caiu 2,0%.
Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal, por ser necessária uma base de dados mais longa. No entanto, Cristiano Santos mencionou que o desempenho melhor que o estimado do atacado alimentício foi o que motivou a revisão do resultado do varejo ampliado em agosto ante julho, que passou de uma queda de 1,3% para uma alta de 0,6%.
Em termos gerais, o volume vendido pelo comércio varejista manteve em setembro a trajetória vista desde fevereiro deste ano, de oscilações próximas à estabilidade, resumiu Santos. "O varejo repete em setembro o comportamento visto este ano, com exceção de janeiro, de variações tanto para o positivo quanto para o negativo muito próximas da estabilidade", concluiu.
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