Índice Iboivespa inicia a semana com volatilidadeReprodução
NY, dúvida fiscal e feriado no Brasil instigam queda do Ibovespa, apesar de commodities
Possibilidade de anúncio da mudança da meta fiscal pelo governo gera incerteza no mercado
A valorização das commodities é insuficiente para estimular nova alta do Ibovespa nesta segunda-feira, 13, dado o viés negativo do pré-mercado de ações de Nova York, diante da revisão da Moody's do rating Aaa dos EUA. Além disso, outras questões reforçam a fraqueza e a volatilidade do Índice Bovespa como a espera das divulgações da semana, as incertezas fiscais no Brasil e o feriado da República, na quarta-feira, quando a B3 ficará fechada.
Além de alguns indicadores e da safra de balanços por aqui, O governo pode decidir sobre uma mudança na meta fiscal esta semana. "As alterações podem vir através de uma emenda parlamentar ou pelo próprio relator. Há uma larga expectativa de que a meta de superávit fiscal de 2024, hoje em zero, seja revista para um déficit perto de 0,50% do PIB. Será um evento bastante relevante para a curva de juros e precificação do prêmio de risco", diz a economista-chefe do TC, Marianna Costa.
"A discussão principal agora não é se a meta será alterada, mas para quanto", observa em nota a cita em nota a Guide Investimentos.
Diante deste quadro, por ora, o Ibovespa tende a ter dificuldade em conquistar níveis considerados importantes, como o dos 123 mil pontos, após na sexta-feira subir 1,29%, furando a marca psicológica dos 120 mil pontos (120.568,14 pontos).
Às 10h42, o Ibovespa cedia 0,41%, na mínima aos 120.069,72 pontos, ante abertura aos 120.561,18 pontos (-0,01%).
Nesta segunda, a agenda está esvaziada e ganhará força nos próximos dias, com dados de atividade na Europa, nos EUA, na China e no Brasil, além de falas de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Os discursos serão acompanhados com afinco pelos investidores, em meio a reavivadas apostas de mais alta dos juros norte-americanos, assim como os índices de preços do país.
"Hoje [segunda-feira], não tem nenhum driver tão importante, que venha a ter impacto maior no mercado", observa em nota Rose Duarte, analista da Toro Investimentos, destacando que ao longo da semana serão divulgados dados importantes como os de inflação dos Estados Unidos, além da reunião entre o presidente americano e o chinês.
"O Fed vê sinalizado que as taxas de juros poderiam subir mais em caso de necessidade, e o mercado está em busca de indícios para ver se realmente as taxas estariam atingindo um pico", completa Rose, da Toro.
Ainda nos EUA, acrescenta Marianna, do TC, o Congresso deve enfrentar mais uma possível restrição temporária do pagamento das contas públicas, o shutdown. "Se não houver consenso até o fim da semana esse cenário é bastante possível. Na sexta-feira, a agencia de classificação de risco, Moodys rebaixou a nota de crédito dos EUA, citando a deterioração continua das contas públicas."
No Brasil, prosseguem os sinais de desinflação, na esteira do IPCA de outubro. No boletim Focus, a estimativa mediana para o índice oficial de inflação fechado em 2023 foi reduzida de 4,63% para 4,59%, mas aumentou de 3,91% para 3,92% em 2024. Não houve mudança nas projeções para a Selic.
Nesta segunda-feira, ao menos 21 companhias abrem seus números, entre elas Allos, JBS, Localiza, Marfrig, XP, CSN e seu braço de Mineração, após o fechamento do mercado.
As ações da Vale subiam 0,25%, apesar da alta de 1,68% do minério de ferro em Dalian, na China, enquanto os papéis da Petrobras avançavam entre 0,66% (PN) e 0,29% (ON), com o petróleo com viés de alta. As ações de grandes bancos cediam.
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