Pesquisa do Sebrae levou em consideração os dados da PNADInternet/Reprodução
O levantamento sobre empreendedorismo por raça-cor com foco no segmento dos que se autodeclaram negros indica também que é menor a diversidade de ocupações nesse grupo, onde as 10 principais atividades somam 78% do universo desses de empresários. Esses empreendedores lideram, em termos de participação na agropecuária e na construção. Cerca de 13,9% dos donos de negócio negros (pretos e pardos) estão na agropecuária e 15,9% na construção. Estas proporções são maiores do que as verificadas, por exemplo, entre os brancos (13% e 10,1%, respectivamente).
Para o presidente do Sebrae, é preciso investir cada vez mais em ações de inclusão e de resgate da maior parcela empreendedora do país para ajudar a mudar a realidade delineada pelo estudo. “Ao apoiar negócios comandados por pessoas negras, estamos criando oportunidades e construindo um futuro mais inclusivo. A atuação está centrada em promover a igualdade e o crescimento para uma parcela significativa da população”, afirma Décio Lima.
Pesquisa conduzida pelo Sebrae revela que a proporção de empreendedores pretos e pardos em atividades mais tradicionais e simples – que demandam menos qualificação e geram menor retorno financeiro — é superior à de brancos donos de pequenos negócios. O estudo, feito com base na PNAD, mostra que apesar de serem maioria no universo empreendedor brasileiro, os negros donos de micro e pequenas empresas são os que têm o menor nível de faturamento (77,6% deles recebem até dois salários-mínimos por mês) e o menor nível de escolaridade (45,1% têm somente até o ensino fundamental).
O levantamento do Sebrae também apresenta dados em relação à formalização dos empreendedores: 23,6% dos empresários pretos ou pardos têm CNPJ, ou seja, possuem uma empresa formalizada. Entre os brancos o número sobe para 43,1% e em outras raças para 39,7%.
Perfil
O levantamento do Sebrae traz ainda outros aspectos importantes do perfil dos empreendedores negros. Leia abaixo as principais conclusões do estudo:
- Amapá, Acre e Amazonas são os estados com a maior participação relativa de negros no universo empreendedor.
- O grupo de empresários negros detém a menor quantidade de mulheres em comparação com as demais raças. Entre negros, a proporção de mulheres é de 32,2%, contra 35,4% entre os brancos e 37,5% entre os donos de negócios de outras raças-cor (“amarela”/indígena).
- Os empresários negros respondem pelo menor nível de escolaridade: 45,1% têm somente até o ensino fundamental e apenas 13,2% têm ensino superior (incompleto ou mais).
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