Brasileiro mantém o hábito de ter dinheiro vivo para as despesasMarcello Casal Jr/Agência Brasil

São Paulo – A TecBan, empresa de soluções que integram o físico e o digital para tornar o ecossistema econômico do País mais eficiente, e o instituto de pesquisa Datafolha fizeram um estudo sobre a relação dos brasileiros conectados à internet com serviços financeiros, que investigou os hábitos e demandas da população em relação aos bancos, caixas eletrônicos e meios de pagamentos.

De acordo com o estudo, o saque em dinheiro é uma das funções bancárias mais utilizadas no Brasil. Ao todo, 54% dos brasileiros conectados à internet declaram que essa é uma das principais operações realizadas cotidianamente, isso representa um crescimento de 12 pontos percentuais em comparação à pesquisa realizada em agosto do ano passado. Dentre as outras funções bancárias utilizadas com mais frequência estão: pagar contas (69%), receber dinheiro (67%), consultar saldo e extrato (60%), fazer compras no cartão de crédito (50%), fazer recarga de celular (41%) e fazer depósitos (42%). “O crescimento no saque de dinheiro convive com o aumento do uso de bancos digitais, porque o caixa eletrônico é um ponto de integração físico e digital para a população”, complementa Marcos Mazzi, gerente executivo do Banco24Horas.

A pesquisa aponta ainda que 2 em cada 10 brasileiros conectados à internet que possuem alguma fonte de renda costumam receber sua remuneração em dinheiro. Esta forma de recebimento aparece na terceira posição entre as opções listadas e é mais presente nas classes econômicas mais baixas (C/DE). “Há um contingente grande de pessoas que recebem seus rendimentos em espécie e o caixa eletrônico tem um papel importante de inclusão financeira para essas pessoas”, pondera.

Em torno de 29% dos entrevistados declaram utilizar o dinheiro físico como uma de suas principais formas de pagamento no dia a dia. O dinheiro aparece empatado com cartão de crédito tanto no quesito principal forma de pagamento, quanto na forma preferida. Nas classes C, D e E esse número sobe para 32% e quando falamos do Nordeste, o índice chega aos 40%.“O dinheiro em espécie devolve ao cidadão um poder de compra e uma autonomia para poder usar seus recursos conforme sua conveniência e não apenas condicionado ao seu endividamento, por exemplo”, avalia.

Vale destacar ainda que mais da metade dos brasileiros (53%) costuma guardar dinheiro em casa, sendo que 2 em cada 3 guardam até R$ 200 reais em casa.

Mais da metade dos usuários de caixa eletrônico (56%) realizam outras funções além do saque, com destaque para a classe C (61%) e para os clientes de bancos com agências físicas (59%).

A pesquisa aponta ainda que 98% dos usuários dos caixas eletrônicos do Banco24Horas conhecem pelo menos uma das funções oferecidas pelo equipamento, sendo o saque é a mais conhecida (85%). Além do saque, as pessoas conhecem: transferências (49%), pagamento de boletos (42%), depósitos (41%), recarrega de celular (20%), prova de vida do INSS (6%), compras de gift cards (5%) e recargas de TV (5%).

Segundo o levantamento, 95% dos brasileiros conectados à internet têm contas em bancos. Sendo que, destes, cerca de 67% têm contas tanto em instituições com agências físicas quanto bancos digitais e aproximadamente 14% têm apenas contas em bancos digitais, número que cresceu significativamente de 2022 pra cá. Até o ano passado, o índice de pessoas com contas apenas em bancos digitais era de 9%.

Ao todo, 69% gostariam de contar com mais caixas eletrônicos em comércios próximos de suas localidades. A grande maioria dos usuários (85%) já precisou sacar dinheiro e só conseguiu por causa do Banco24Horas.

A pesquisa demonstra que 69% não conseguiu fazer alguma transação financeira por instabilidade da conexão com a internet. 60% não realizou alguma transação financeira por problemas de conexão com o banco. 53% não conseguiu fazer alguma transação financeira por problemas de conexão do cartão. 34% precisaram pedir em um comércio para passar um valor no cartão e recebê-lo em dinheiro, pois não havia nenhum caixa eletrônico por perto. 

De acordo com o levantamento, apenas 18% dos brasileiros conectados à internet sabem o que é o Drex, moeda digital do Brasil. Para Luiz Fernando Ribeiro Lopes, gerente de plataformas digitais da TecBan, isso mostra a importância de promover a educação financeira da população e disseminar o impacto do real digital na vida do brasileiro.
“Assim como houve no Open Finance, temos ainda muita oportunidade para ensinar as pessoas sobre os casos de uso do real digital e as implicações no dia a dia. Temos contribuído com o Banco Central validando temas como escalabilidade, segurança e privacidade do Drex e a barreira do desconhecimento será crucial para escalar o real digital no Brasil. Vale ressaltar que o Drex ainda está em fase de piloto, ou seja, não está disponível para uso produtivo”, compara.

A pesquisa encomendada pela TecBan ao Instituto Datafolha foi realizada de 25 de setembro a 6 de outubro de 2023, de forma on-line através de painel de internautas e com abrangência nacional. Foram entrevistadas 1.519 pessoas, de todas as classes econômicas. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais.