Avaliação sobre a situação econômica também apresentou quedaEBC/arquivo
FGV: perspectiva menos favorável nas finanças familiares puxam queda na confiança do consumidor
Índice teve baixa no segundo mês consecutivo
As perspectivas menos favoráveis para as finanças familiares nos próximos meses puxaram a queda de 0,2 ponto porcentual registrada pela confiança do consumidor em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira (24), a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 93,0 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 1,3 ponto, a segunda queda consecutiva.
Em novembro, o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,4 ponto, segundo mês consecutivo de recuos, para 82,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) teve ligeira redução de 0,1 ponto, para 100,8 pontos.
Entre os quesitos do ICC, o item que mede as perspectivas para as finanças familiares futuras caiu 3,2 pontos, para 93,7 pontos, o menor nível desde novembro de 2022. O componente que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia diminuiu 0,3 ponto, para 110,9 pontos. Já o ímpeto de compras de bens de consumo duráveis avançou 3,0 pontos, para 97,7 pontos, "contrabalançando o resultado do IE-C para uma estabilidade", avaliou a FGV.
Quanto ao momento atual, a avaliação sobre a situação econômica cedeu 0,8 ponto, para 90,6 pontos, e a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias ficou estável em 73,9 pontos.
"Em novembro, a confiança dos consumidores acomodou após forte queda no mês anterior. O resultado foi influenciado por uma ligeira piora da satisfação em relação a situação atual e manutenção das expectativas. Entre as faixas de renda, os números são heterogêneos. Há uma queda intensa na confiança dos consumidores de classes de renda baixa, recuperação das faixas intermediárias e estabilidade na classe mais alta. Essas diferenças parecem estar relacionados a uma maior dificuldade financeira dessas famílias, perspectivas mais pessimistas em relação ao emprego, com forte impacto na situação financeira futura e na sua capacidade de comprar bens duráveis", afirmou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
A abertura da pesquisa por faixas de renda mostrou redução da confiança entre as famílias com renda até R$ 2.100, recuo de 8,7 pontos, enquanto as famílias com rendimentos entre R$ 2.100,01 até R$ 4.800 tiveram alta de 2,8 pontos na confiança. O indicador subiu 0,9 ponto para famílias com renda entre R$ 4 800,001 e R$ 9.600, e diminuiu 0,1 ponto no grupo com renda acima de R$ 9.600,01.
A melhora da confiança dos consumidores entre as faixas de renda intermediárias foi influenciada tanto pelas avaliações sobre o momento atual quanto pelas perspectivas sobre o futuro.
A Sondagem do Consumidor coletou entrevistas entre os dias 1º e 21 de novembro.
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