Fernando Haddad durante reunião do G20 nesta quinta-feira, 14Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
Haddad destaca discussão de soluções para mais ricos do mundo pagarem mais impostos
Ministro da Fazenda participa da eunião da trilha financeira do G20, no Palácio Itamaraty, nesta quinta-feira, 14
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na manhã desta quinta-feira, 14, que o governo brasileiro buscará expandir a Agenda Tributária Internacional para além das negociações do Plano de Ação para o Combate à Erosão da Base Tributária (BEPS) em curso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O ministro destacou a intenção de fazer com que os "ricos do mundo" paguem mais impostos.
"Quero assegurar-lhes que a nossa intenção final é reforçar a solução baseada em dois pilares e alcançar um resultado satisfatório para todos. Ao mesmo tempo, ouvimos vozes cada vez mais altas do Sul Global e da sociedade civil, exigindo uma agenda fiscal internacional mais ambiciosa, incluindo a tributação da riqueza, maior transparência e outras soluções para fazer com que os mais ricos do mundo paguem a sua justa contribuição em impostos. Vindo de um processo de reforma tributária no Brasil, tenho uma convicção particularmente forte sobre a necessidade de reforçar a cooperação global nesta área", afirmou o ministro, durante abertura da reunião da trilha financeira do G20, no Palácio Itamaraty.
Haddad adiantou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é quem irá comentar, na sexta-feira, questões relativas ao setor financeiro, mas disse ver um grande potencial de progresso "na inclusão financeira, na agenda de criptoativos e de pagamentos transfronteiriços".
Para Haddad, os países não devem temer a globalização, a despeito do ceticismo crescente nas últimas décadas. O ministro enfatizou que os grupos propostos pelo Brasil para combate à fome e combate à mudança climática são um "apelo" a um G20 unido e alinhado.
"A solução não é menos globalização e a fragmentação econômica. Em vez disso, temos de construir uma nova globalização, baseada em preocupações socioambientais - uma re-globalização socioambiental que funcione para todos e nos ajude a acelerar o desenvolvimento sustentável. Agora, mais do que nunca, construir muros e criar ilhas isoladas de prosperidade é impraticável, para não dizer imoral. Temos de enfrentar juntos os nossos muitos desafios contemporâneos e lutar para criar um mundo justo e um planeta sustentável", avaliou o ministro da Fazenda. "Acredito que o G20 tem um papel fundamental a desempenhar na concepção e no impulso político desta nova agenda de reglobalização socioambiental", concluiu.
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