Instituições bancárias projetam elevação da oferta de créditoFreepik
Por outro lado, houve uma nova redução na expectativa de crescimento da carteira total em 2023, que passou de 7,4% (edição de novembro) para 6,9%, com revisão para baixo concentrada na carteira livre pessoa física.
A Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Febraban é realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano.
Esta edição foi feita com entrevistas com 18 bancos entre 20 e 22 de dezembro. Com este olhar prospectivo, essa pesquisa se diferencia da Pesquisa Especial de Crédito, divulgada mensalmente e que procura antecipar os números do mês anterior divulgados pela Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central.
De acordo com o levantamento, para a carteira livre em 2023, a expectativa de crescimento passou de uma alta de 6,1% para 5,2%, devido à queda da projeção para o desempenho da carteira destinada às famílias, que passou de 9,5% para 8,0%, diante do menor dinamismo apresentado nos últimos meses, especialmente nas linhas de maior risco (rotativas). Por outro lado, a projeção da carteira livre destinada às empresas subiu ligeiramente, de 1,3% para 1,4%.
Já a expectativa de crescimento da carteira direcionada para 2023 subiu de 8,8% para 9,5%, especialmente em função da previsão de maior expansão da carteira pessoa jurídica, que passou de 6,9% para 8,6%, sustentada pelos programas públicos de crédito. Em relação ao crédito direcionado pessoa física, a projeção de alta passou de 9,8% para 10%.
“O mercado de crédito registrou uma desaceleração razoável em 2023, movimento esperado diante da política monetária contracionista, aumento da inadimplência e eventos negativos no setor corporativo no início do ano. Ainda assim, deve terminar o ano com uma expansão nominal próxima a 7%, analisa Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban. O mais importante, contudo, é que as expectativas são mais positivas para 2024, quando o crédito deve voltar a acelerar, crescendo acima de 8%, sustentado pelo movimento de queda da taxa de juros e melhora dos índices de inadimplência, que devem beneficiar especialmente o crédito com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico”, complementa Sardenberg.
Em relação à taxa de inadimplência da carteira livre, a pesquisa capturou estabilidade na projeção tanto para 2023 como para 2024. Para 2023, a projeção é de 4,9% da carteira, o que corresponde ao nível atual do indicador (dado de outubro do Banco Central), reforçando a tese de que a trajetória de alta da inadimplência chegou ao fim (mesmo que ainda com alguma divergência entre os segmentos pessoa física e pessoa jurídica). Em 2024, a projeção permaneceu em 4,6% ao final do ano, o que significaria alguma queda ante 2023.
Também ganhou força a perspectiva de que a taxa Selic encerrará 2024 abaixo de 9,25% ao ano (projeção mediana do Focus na data da realização da pesquisa). Agora, 55,6% dos entrevistados projetam que a taxa ficará abaixo de tal nível até o fim do ano, ante 41,2% dos participantes na pesquisa anterior (realizada em novembro).
Câmbio
Em relação à taxa de câmbio, é aguardada alguma desvalorização do real até meados de 2024, voltando ao patamar de R/US 5,00.
Atividade econômica
Em relação à atividade econômica, a maioria (61,1%) segue acreditando que o PIB deve crescer por volta de 1,5% em 2024, conforme o boletim Focus. Porém, projeções começam a mostrar maior dispersão, embora mantendo o viés de alta, com 33,3% dos participantes apostando em crescimento superior ao consenso.
Inflação
Metade dos participantes projeta que a inflação tende a seguir em desaceleração, em meio à manutenção da política monetária em nível contracionista, levando o IPCA a fechar 2024 abaixo de 4,0%.
Cenário internacional
Já no cenário internacional, 72,2% dos entrevistados aguardam que o processo de cortes dos juros nos EUA comece no 2º trimestre (reuniões de maio ou junho), um pouco mais tarde do que o precificado atualmente no mercado (reunião de março).
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