Bolsa manteve os 132 mil pontosPixabay
Ibovespa tem instabilidade, mas defende os 132 mil pontos antes da divulgação da ata do Fed
Valorização puxada pela alta em ativos da Petrobras
Ibovespa tem instabilidade nesta quarta-feira, 3. Após cair 0,23% na mínima, aos 132.389,71 pontos, passou a subir. A valorização veio após as ações da Petrobras irem para o campo positivo, seguindo o petróleo. Já em Nova York, os índices futuros de ações permaneciam em baixa, enquanto o dólar à vista reduzia a alta e os juros futuros no Brasil subiam com um pouco mais de ímpeto, seguindo os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
A despeito do avanço dos Treasuries, sobretudo o de dez anos, Alexandre Mathias, estrategista chefe da Monte Bravo, pondera que o movimento não preocupa, após os fortes recuos nos dois últimos meses de 2023. Agora, diz, realiza um pouco, mas sem derrubar a ideia de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começar a cortar o juro básico neste ano.
"A inflação está bem comportada e permitiu ao Fed parar de subir os juros, colocando a expectativa de queda na agenda, Acreditamos que a redução começará em junho, e não em março como alguns estimam.", diz Mathias.
Por isso, o mercado espera a divulgação de dados dos EUA e a ata do Fed para ajustar suas apostas sobre quando se iniciará o corte dos juros americanos.
Os investidores estão preocupados e um pouco mais pessimistas em relação a quando e como será a velocidade de cortes das taxas de juros nos Estados Unidos, menciona em comentário matinal o economista Álvaro Bandeira. Porém, há um lado menos desfavorável quanto aos EUA, o de que não passará por uma recessão que era dada como certa, cita.
Após ceder mais cedo, o petróleo firmava alta, com o do tipo Brent que é referência para a Petrobras avançando quase 1,00%. Há relatos de que manifestantes da cidade de Ubari, do sudoeste da Líbia, fecharam o campo petrolífero de Sharara, um dos maiores e mais importantes do país. Com isso, há o temor de redução na oferta.
Apesar do recesso parlamentar no Brasil, os assuntos políticos chamam a atenção neste início de ano, em meio às rusgas entre os Poderes Legislativo e Executivo. A instabilidade nas relações já era notória desde a publicação, semana passada, da MP que suspende efeitos da desoneração da folha. E ganhou um ingrediente extra após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva barrar a ação do Congresso para ditar a liberação de emendas.
A despeito dos ruídos, Mathias, da Monte Bravo, ressalta que o importante é a manutenção do arcabouço fiscal e da meta de déficit zero para 2024. "Se o arcabouço e a meta forem preservados, o cenário benigno para o Brasil tende a continuar "
Neste ambiente cauteloso, o Índice Bovespa fechou a terça-feira, 2, em queda de 1,11%, aos 132.696,63 pontos, com os investidores em compasso de espera pela agenda desta quarta-feira e preocupações com a instabilidade na relação entre o governo e o Congresso.
"Não deveria perder o nível dos 131 mil pontos, sob pena de acelerar as realizações", alerta o economista Álvaro Bandeira.
A despeito da valorização de 2,83% do minério de ferro em Dalian, na China, as ações da Vale recuavam 0,51% no horário citado acima. O Ibovespa cedia 0,12%, aos 132.5432,15 pontos, ante máxima aos 132.871,68 pontos, em alta de 0,13%.
Petrobras avançava 0,48% (PN) e 0,56% (ON), enquanto ações de grandes bancos passavam a subir também, com a maior elevação de 0,54% (Bradesco PN).
A agenda interna está esvaziada, com destaque apenas aos dados do setor externo. As transações correntes tiveram resultado negativo de US$ 1,553 bilhão em novembro, pior que a mediana das estimativas encontrada na pesquisa do Projeções Broadcast, de déficit de US$ 500 milhões. Ainda assim, trata-se do melhor desempenho para meses de novembro desde 2016. Já a entrada de Investimentos Diretos no País (IDP) surpreendeu em novembro e somou US$ 7,780 bilhões.
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