Principais componentes que impactam os preços são os aumentos de custos de papel, de embalagens e de alguns produtos importadosReprodução: redes sociais

O ano começou, crianças e adolescentes seguem de férias até fevereiro, mas muitos pais e responsáveis já estão se planejando para a volta às aulas, pesquisando preços de materiais escolares. A previsão do setor é de que os produtos da lista fiquem entre 7% e 9% mais caros em 2024, segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares.
Os principais componentes que impactam os preços são os aumentos de custos de papel, de embalagens e de alguns produtos importados. Isso sem contar a grande variação de valores registrados entre itens de uma loja para a outra.
Diante de um cenário econômico pouco favorável, toda economia é bem-vinda, principalmente quando a família conta com mais de uma criança no seu núcleo. Contudo, para Ana Oliveira, à frente da Papermall Papelaria, na Zona Sul e Oeste do Rio de Janeiro, os pais devem ter cautela e pesquisar preços para não acumular dívidas em 2024.
"Ao comprar qualquer item, a pesquisa de preços é essencial. O ideal é avaliar os preços nas lojas físicas e on-line, que costumam ter promoções diferenciadas. Afinal, é normal encontrar o mesmo item mais barato no site do que na própria loja. Isso acontece porque as empresas têm menos custos com as operações virtuais e podem oferecer descontos mais atrativos", afirma a empreendedora.
No entanto, no caso da compra on-line, ela alerta que é necessário o consumidor ficar atento a fatores como: a veracidade do site ou whatsApp; os comentários das pessoas que já compraram e receberam; e as políticas de devolução, que podem mudar de loja para loja.
"Além de pesquisar em diferentes papelarias, físicas e on-line, saber pedir desconto também é muito importante na hora de economizar. Se o núcleo familiar tiver dois ou três filhos então, é quase certo que a papelaria ofereça algum tipo de benefício, como 15% de desconto no valor final da compra", acrescenta.

Ana Oliveira também explica que a compra do material escolar deve se basear na idade do aluno. “Uma criança da pré-escola não pode ter um giz de cera muito fininho, porque a criança ainda não tem muita coordenação motora e pode quebrar o giz. Nesse caso, vale mais a pena pesquisar as características do produto e do uso associado a idade da criança e comprar um giz de cera mais caro, porém mais grosso, e que vai durar mais tempo. O mesmo acontece quanto à qualidade dos produtos. Não vale a pena investir em uma marca branca ou inferior que vai durar poucos meses, enquanto uma marca melhor oferecerá um ano inteiro de uso, ou mais, para a criança”, pontua.
Além da tradicional pesquisa em diferentes lojas, Ana Oliveira ainda lista quatro dicas valiosas para auxiliar os pais na economia dos materiais escolares.

- Recicle materiais do ano passado

A lista de material escolar que as escolas pedem vai muito além do que a criança realmente usa em um ano letivo, então sempre sobram cadernos pouco utilizados de matérias menos expressivas e aquelas cores menos favoritas da criança na caixa de lápis de cor.
"Meu conselho é sempre reaproveitar os cadernos pouco usados no ano passado no próximo ano e, em vez de comprar uma caixinha de 24 cores de lápis, por exemplo, comprar apenas uma de 12 para substituir pelos mais gastos”, argumenta.

- Promova troca de materiais

Existem materiais escolares que podem ser facilmente trocados com outros alunos, ajudando os pais a economizarem e a promover a sustentabilidade. A troca de materiais acontece, principalmente, com uniformes, livros e outros itens duráveis, como mochilas e estojos. Há, inclusive, grupos de mães no Facebook destinados para isso.
Algumas mães trocam materiais escolares para economizar e promover a sustentabilidade. É o caso da carioca Bárbara Costa, de 41 anos, moradora do bairro Barra da Tijuca. Mãe de um adolescente de 12 anos, a administradora de um grupo do WhatsApp de troca de material e uniforme. 
Os livros dos seus filhos, utilizados no ano passado apenas com lápis, esse ano foram doados para outra família carioca. Já os uniformes e livros previstos para esse ano, já foram doados por uma terceira família, que também segue neste ciclo de reutilização. “Este ano vou economizar mais ou menos R$3.000 e atualmente qualquer economia é bem-vinda.”, conta Bárbara.

A educadora financeira, Aline Soaper, idealizadora da EfincKids, metodologia que já está sendo ministrada para crianças dentro do ambiente escolar para ensinar educação financeira, preparou algumas dicas essenciais para conseguir driblar a alta de preços nos itens e nas tarifas escolares.
Segundo Soaper, o ideal é que a família tenha se programado ao longo de 2023 para esse gasto de início de ano. No entanto, com a inflação cada vez mais alta e o aumento dos preços, não é difícil encontrar pais e mães preocupados com as contas desse primeiro bimestre.

“Se a família não se preparou para as compras escolares esse será um momento importante para fazer ajustes e, assim, não comprometer o orçamento familiar. O ideal é avaliar os gastos que podem ser cortados e as reservas que podem ser utilizadas. Exemplo disso é o 13º salário, quem conseguiu guardar uma parte pode aproveitar para usar o valor agora”, explica a educadora financeira.

Confira outras dicas:

- Avalie as necessidades do aluno e da família

“Na hora de comprar os materiais escolares, é necessário entender o momento financeiro da família. Se a fase é de aperto no orçamento, o melhor é abrir mão de produtos com marcas licenciadas e personagens, dando assim preferência aos materiais mais simples. A diferença entre um material com personagens licenciados e outro que não tenha esse tipo de referência, por exemplo, pode chegar a 100% do valor”, explica Aline Soaper.

- Atente-se aos materiais obrigatórios

“Os pais têm o direito de fazer pesquisa de preços e escolher o que melhor atende ao orçamento da família", alerta a educadora financeira.

- Reaproveite
“O reaproveitamento de materiais do ano anterior é uma excelente alternativa do ponto de vista econômico e também para o meio ambiente. Sobras de cadernos, folhas, canetas, lápis de cor e tintas, bem como outros materiais devem ser reaproveitados, diminuindo assim a lista de itens e dando fôlego ao orçamento das famílias, que poderão adiar em alguns meses essa compra", explica a educadora financeira.
- Planejamento prévio e compras coletivas no atacado

Planeje em um grupo de pais para fazer compras em conjunto, com planejamento os responsáveis conseguem pesquisar preços. Vale destacar que compras quando feitas em grupo, podem ter grandes descontos.

- Aproveite pontos de fidelidade como programas de pontos em bancos e cashbacks

Diversos bancos têm descontos através dos programas de fidelidade de pontos que os responsáveis já tem. É possível usar pontos que as vezes nem se sabe que tem para ter descontos. Várias lojas também fazem cashback, aproveite para trocar por novos produtos da lista.