Vice-presidente da República, Geraldo AlckminMarcelo Camargo/Agência Brasil
Alckmin defendeu uma maior presença do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) em operações de crédito no Brasil.
Segundo o vice-presidente, o encolhimento relativo da indústria nacional no PIB nas últimas décadas e a perda de participação do Brasil no comércio exterior dentro da América Latina têm a ver com a redução de crédito para ambas as frentes.
Apesar da defesa ao aumento do crédito, Alckmin frisou que só haverá aplicação da taxa referencial (TR) para projetos de inovação. A observação vem para acalmar parte do mercado, que credita às iniciativas do governo federal e do BNDES uma remontada do crédito subsidiado no País.
"Só teremos TR para inovação. Queremos uma indústria inovadora, sustentável, com descarbonização. Uma indústria exportadora, e com competitividade", disse Alckmin.
Ele afirmou que o Brasil vive um novo momento de abertura ao comércio exterior, com acordo comercial assinado com Cingapura e tratativas abertas com a União Europeia e outros blocos mundo afora.
Segundo Alckmin, a ampliação de acordos é fundamental para o crescimento econômico, assim como o aumento de exportações dentro da América Latina e do Mercosul. O comércio intrabloco do Mercosul, destacou, responde por apenas 26% do total, enquanto entre Estados Unidos, Canadá e México chega a 50%, na União Europeia a 60% e, na Asian, a 76%.
"Temos inúmeras possibilidades de acordos comerciais, e a reforma tributária vai desonerar completamente investimentos e exportações porque acaba com cumulatividade de tributos, o que dá um empurrão (na economia). A reforma traz eficiência econômica e fortalece o comércio exterior", disse.
Oportunidades
Alckmin ressaltou que os países do G20 respondem por 75% do comércio mundial e 85% do PIB. Em discurso, ele afirmou que o mundo vive momento ímpar de reorganização das cadeias globais no pós-pandemia, conjuntura marcada por "problema inflacionário, retração da atividade econômica e guerras".
Nesse contexto, disse, o Brasil pode fazer toda a diferença nas principais agendas do grupo das 20 economias mais ricas, tais quais segurança alimentar, energética e climática.
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