Campos Neto avalia que há condições de o PIB crescer além do previstoMarcelo Camargo/Agência Brasil
Campos Neto vê 1º tri melhor do que o imaginado e diz que PIB pode crescer acima de 2%
Presidente do BC alertou para riscos inerentes ao ano eleitoral no ambiente doméstico e ao processo de desinflação ainda em curso no mundo
São Paulo e Brasília - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira, 7, que, olhando os dados de pagamentos em tempo real, o primeiro trimestre parece estar com um desempenho melhor do que o imaginado anteriormente. Esse cenário, disse, pode dar sustentação para um Produto Interno Bruto (PIB) um pouco acima de 2,0% em 2024.
Campos Neto ponderou, no entanto, que há ainda pontos de atenção Ele destacou o ano eleitoral no ambiente doméstico e o processo de desinflação ainda em curso no mundo.
Defendeu, porém, que se houver um processo benigno de desinflação global, um crescimento americano relativamente controlado e uma desaceleração comportada na China, o desempenho da atividade econômica brasileira pode ser um pouco melhor do que o mercado está vendo agora.
O presidente do BC salientou ainda o esforço fiscal que o governo tem feito e as reformas aprovadas recentemente e disse estar otimista com o crescimento do Brasil.
Campos Neto também ressaltou que as expectativas do Boletim Focus para o PIB de 2024 vêm subindo desde o ano passado. Na última edição, publicada na terça-feira, 6, a mediana indicava alta de 1,6%.
O presidente do BC afirmou ainda que é preciso pôr em perspectiva as mudanças entre o cenário econômico em 2023 e 2024 "Parte do crescimento do ano passado foi uma supersafra. É curioso como a gente se acostuma com melhoras. Esse ano teremos uma safra menor, que na verdade é a segunda maior da história", exemplificou.
O saldo comercial recorde de 2023 e que deve continuar robusto em 2024 também foi citado.
Campos Neto participou de evento do Meio & Mensagem. Ao falar sobre horizontes mais longos, ele, no entanto, frisou que a expectativa para o crescimento estrutural do Brasil ainda é baixa e que para aumentá-la é preciso equacionar o fiscal, fazer uma reforma administrativa e diminuir a burocracia no País.
O presidente do BC também ressaltou o trabalho da instituição com dados em tempo real e afirmou que, com o tempo, os dados do Pix tornarão possível acompanhar o crescimento do País em tempo real.
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