Edifício-Sede do Banco Central em BrasíliaMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 36ª semana consecutiva - seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 36 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou no fim de janeiro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à da reunião anterior, de dezembro. Para 2025, também seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,25% ao ano.
Projeção suavizada
Os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana, de 3,60% para 3,51%, de 3,77% há um mês.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. Como mostrou o Estadão/Broadcast, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula, o decreto da meta de inflação poderia ser finalmente publicado, o que ainda não ocorreu.
Curto prazo
Os economistas mantiveram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus desta terça. A mediana para fevereiro de 2024 seguiu em 0,77%.
Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já está há 13 semanas. Considerando as 34 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 31ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 33 semanas.
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
A Lei Orçamentária Anual de 2024 prevê superávit de R$ 2,8 bilhões neste ano (0% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras". Na última semana, ele reforçou a intenção de pedir ao Congresso liberação para gastar mais com políticas públicas, o que repercutiu mal.
Já a estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 seguiu em 6,90% do PIB, ante 6,80% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.
A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2024 passou de 63,74% para 63,64%, ante 63,60% de um mês atrás.
Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado seguiu em 0,60% do PIB, onde já estava há sete semanas. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado prevê uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano.
O déficit nominal projetado para 2025 seguiu em 6,30% do PIB, ante 6,29% de um mês atrás. Já a estimativa para a dívida líquida seguiu em 66,50% do PIB, ante 66,25% de quatro semanas antes.
No fim de janeiro, o Copom cortou a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,25% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões — no plural.
No encontro do mês passado, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, como já está há 14 semanas. Considerando apenas as 43 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 também seguiu em 8,50% ao ano.
Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 32ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 31 semanas.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2024, a projeção passou de US$ 80,98 bilhões para US$ 82,00 bilhões, contra US$ 76,45 bilhões há um mês. Para 2025, a mediana passou de US$ 72,05 bilhões para US$ 74,55 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de quatro semanas atrás.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) é mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes.
A mediana das previsões para o IDP em 2024 passou de US$ 68,92 bilhões para US$ 67,00 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 66,50 bilhões. Para 2025, a estimativa passou de US$ 75,00 bilhões para US$ 73,10 bilhões, ante US$ 74,05 bilhões de um mês antes.
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