Segundo instituição, crescimento é sustentado pela agropecuária, serviços, consumo das famílias e exportaçõesPixabay/Reprodução

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% em janeiro de 2024 ante dezembro de 2023, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). No mês de janeiro de 2024 ante janeiro de 2023, o PIB avançou 4,1%.
"O crescimento de 0,1% do PIB em janeiro, na comparação com dezembro, deve-se ao desempenho positivo da agropecuária e do setor de serviços, pela ótica da produção, e do consumo das famílias e da exportação, pela ótica da demanda. Em contrapartida, a indústria e a formação bruta de capital fixo (investimentos) retraíram no mês. Esse padrão é bastante semelhante ao observado no ano passado, com crescimento sustentado pela agropecuária, serviços, consumo das famílias e exportações", afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB - FGV, em nota oficial.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
"Para 2024, há expectativa de melhora para os investimentos e a indústria, embora isto ainda não tenha sido observado no primeiro mês do ano. Isto se justifica pela expectativa da continuidade na redução da taxa de juros ao longo de 2024. Embora o ciclo de afrouxamento monetário tenha se iniciado em meados de 2023, há certa defasagem no alcance dos seus efeitos na atividade econômica, o que explica a persistência de resultados negativos em segmentos mais suscetíveis aos efeitos da política monetária no início do ano", completou Trece.
No trimestre móvel terminado em janeiro, houve crescimento de 3,0% no PIB em relação ao mesmo período do ano anterior. Nessa comparação, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 3,6%, com resultados positivos em todos os componentes.
"No caso dos serviços, destacam-se a importação de serviços financeiros e do segmento relacionado a telecomunicações. O consumo de produtos não duráveis apresentou crescimentos mais disseminados, sendo o de maior destaque o relativo a produtos alimentícios", apontou a FGV.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma retração de 0,6% no trimestre terminado em janeiro ante o mesmo período do ano anterior.
"Embora ainda em terreno negativo, este resultado mostra tendência de melhora da FBCF, que chegou a retrair 6,8% no terceiro trimestre de 2023", informou a nota do Monitor do PIB.
A exportação de bens e serviços registrou crescimento de 8,7% no trimestre encerrado em janeiro ante o mesmo período do ano anterior, impulsionada pelos produtos agropecuários. Já a importação de bens e serviços aumentou 2,5% no período, sob a influência positiva de serviços e de bens de consumo.
"Destaca-se negativamente a retração das importações de extrativa mineral", ponderou a FGV.
Em termos monetários, o PIB alcançou R$ 997 bilhões no mês de janeiro, em valores correntes.
A taxa de investimento da economia foi de 14,7% em janeiro.