Índice foi impactado pelo início da vigência dos reajustes anuais dos preços dos medicamentos ao consumidor finalReprodução
Preços de medicamentos para hospitais sobem 3,4% em abril, afirma Fipe/Bionexo
Comparativamente, a inflação mensal ao consumidor medida pelo IPCA ficou em 0,38% no mês passado
São Paulo - Puxados pelo reajuste anual de 4,5% regulamentado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), os preços dos remédios para hospitais subiram 3,4% em abril, segundo o Índice de Preços dos Medicamentos para Hospitais (IPM-H). O indicador é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base nas transações realizadas na plataforma Bionexo.
De acordo com a Fipe e a Bionexo, o período também envolveu o início da vigência dos reajustes anuais dos preços dos medicamentos ao consumidor final. O reajuste máximo foi fixado linearmente, conforme a decisão da CMED, e ficou abaixo do aumento de 5,6% no ano passado.
Comparativamente, a inflação mensal ao consumidor medida pelo IPCA ficou em 0,38% no mês passado, ao passo que a apuração do IGP-M foi de 0,31%. Além disso, dados do Banco Central indicaram que a taxa média de câmbio subiu 2,99% em abril, o que corresponde a uma depreciação da moeda brasileira no período de referência.
A variação positiva do IPM-H abrangeu a maioria dos grupos terapêuticos que integram a cesta de cálculo mensal do índice: imunoterápicos, vacinas e antialérgicos subiram 5,62%; órgãos sensitivos, 4,69%; agentes antineoplásicos, 4,26%; aparelho respiratório, 3,31%; sistema nervoso, 3,29%; preparados hormonais, 2,58%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 2,48%; aparelho cardiovascular, 1,30%; aparelho digestivo e metabolismo, 0,82%; e sangue e órgãos hematopoiéticos, 0,18%.
Na ponta contrária, foram apurados recuos nos preços dos medicamentos classificados em dois grupos terapêuticos: aparelho geniturinário (1,26%); e sistema musculoesquelético (0,34%).
No ano até abril, o IPM-H registrou uma alta acumulada de 3,34%. As variações nesse recorte temporal foram as seguintes: sistema nervoso com alta de 7,30%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 5,37%; órgãos sensitivos, 5,33%; aparelho geniturinário, 5,11%; agentes antineoplásicos, 4,41%; aparelho respiratório, 4,03%; sistema musculoesquelético, 2,14%; preparados hormonais, 1,80%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 1,60%; e aparelho digestivo e metabolismo, 1,53%. Já os medicamentos para aparelho cardiovascular recuaram 2,16% em abril e os remédios para sangue e órgãos hematopoiéticos ficaram 2,27% mais baratos.
Nos últimos 12 meses encerrados em abril, o IPM-H apresentou uma queda de 2,29%, com o declínio nos preços observado na maioria dos grupos terapêuticos: aparelho digestivo e metabolismo, 28,24%; sangue e órgãos hematopoiéticos, 11,98%; sistema nervoso, 8,84%; preparados hormonais 3,32%; sistema musculoesquelético, 2,93%; e aparelho cardiovascular, 1,92%. Ficaram mais caros os medicamentos para órgãos sensitivos, 4,09%; agentes antineoplásicos, 2,91%; aparelho respiratório, 2,39%; anti-infecciosos gerais para uso sistêmico, 1,93%; aparelho geniturinário, 1,16%; imunoterápicos, vacinas e antialérgicos, 0,85%.
"A alta de 3,40% nos preços dos medicamentos para hospitais, captada na última leitura do IPM-H, veio em linha com nossas expectativas para o mês de abril, período em que, convencionalmente, entram em vigor os reajustes anuais nos preços definidos pela CMED", observou o economista e pesquisador da Fipe Bruno Oliva.
Segundo o economista, embora estabeleçam limites às práticas comerciais em farmácias e drogarias, a regulação influi na sazonalidade e no comportamento dos preços no mercado de medicamentos como um todo.
"Dentro do histórico recente, o aumento mensal do IPM-H em abril de 2024 apresentou uma magnitude compatível com as variações registradas no mesmo período nos últimos dois anos. Em 2022 foi de 3,57% e em 2023, de 3,21%", lembrou Oliva.
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