Pregão opera em baixa nesta segunda-feira (11)Reprodução / Internet
Cenário fiscal no Brasil e queda das commodites jogam Ibovespa para baixo, apesar de alta em NY
Com poucas indicadores nesta terça-feira (23), foco fica na temporada de balanços no país e nos EUA
A desvalorização das commodities e a persistente incerteza fiscal no Brasil empurram o Ibovespa para baixo nesta terça-feira, 23. Na segunda, 22, a Bolsa fechou em alta de 0,19%, aos 127.859,63 pontos.
Com poucas divulgações de indicadores nesta terça, o foco fica na temporada de balanços por aqui e nos Estados Unidos, bem como na eleição americana. O Partido Democrata apoiou a campanha de Kamala Harris, cujo desafio agora é escolher quem será seu vice. Os resultados de empresas americanas informados até agora - Coca-Cola e GM - agradaram aos investidores. Ainda sairão hoje os dados da Alphabet, Tesla e Visa.
Na B3, Carrefour reverteu prejuízo e registrou um lucro líquido R$ 330 milhões no segundo trimestre. Ainda assim, as ações operam em baixa. Cediam 2,52% por volta das 11h. Após o fechamento dos mercados sairá o balanço da Neoenergia.
Ainda no âmbito corporativo, a Vale fica no centro das atenções, em meio ao recuo de 3,43% do minério de ferro em Dalian, nesta terça, na China, e ao noticiário envolvendo a companhia. A empresa informou que Shaun Usmar assumirá o cargo de diretor executivo (CEO) da Vale Base Metals a partir do quarto trimestre de 2024. Os papéis da Vale recuavam 1,26% no horário citado acima.
"Podemos ver surpresa no balanço da Vale sai na quinta-feira, após o fechamento do mercado, mas até lá os papéis tendem a se comportar conforme o minério de ferro. Há preocupações com a demanda chinesa", afirma Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.
Os investidores ainda digerem o 3º relatório de Avaliação Bimestral de Receitas e Despesas, apresentado na segunda-feira, quando os ministérios da Fazenda e do Planejamento confirmaram a contenção de R$ 15 bilhões em despesas discricionárias no Orçamento deste ano para cumprir o limite de gastos do novo arcabouço fiscal.
"A indicação é que esses R$ 15 bilhões não serão suficientes para cumprir o arcabouço fiscal. Apesar de o presidente Lula ter sinalizado positivamente que está aberto a novos contingenciamentos, os agentes do mercado têm dúvida quanto à manutenção do arcabouço", explica Moreira, da One Investimentos
Nesta segunda-feira, o governo aumentou em R$ 11,7 bilhões a projeção de despesas para 2024 com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e da Previdência Social. Essa alta levou a equipe econômica a realizar um bloqueio de R$ 11,2 bilhões em despesas obrigatórias no Orçamento deste ano, como adiantou na semana passada o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A estimativa agora é de que as contas públicas fechem com rombo de R$ 28,8 bilhões - no piso do intervalo de tolerância da meta fiscal (o centro da meta seria déficit zero).
Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, ressalta críticas de alguns quanto ao fato de o governo mirar o piso do intervalo, e não o centro da meta fiscal, o que não deixa margem para eventuais surpresas. "A demonstração de que há uma preocupação com os rumos fiscais, inclusive reiterada em declarações ontem do presidente Lula, estanca a recente deterioração, mas não é suficiente para desencadear uma melhora firme da percepção de risco", avalia o sócio da Tendências em relatório.
Às 11h21, o Ibovespa caía 0,51%, aos 127.210,46 pontos, após ceder 0,69%, na mínima aos 126.973,18 pontos. Na máxima e na abertura, alcançou 127.859,63 pontos. Vale cedia 1,31%, enquanto CSN On e Gerdau PN caíam entre 3,47% e 3,02%. Petrobras perdia 0,71% (PN) e -0,97% (ON). Só oito ações subiam, de um total de 86.
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