Pesquisa foi feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e deve ser divulgada na íntegra na próxima semanaFoto: Pedro França - Agência Senado
MTE: de 59 mil pessoas que pediram demissão, dois terços estão trabalhando com salário maior
Trabalhadores da área de tecnologia da informação (TI) foram os que registraram melhor desempenho
De um total de 59 mil trabalhadores que registraram demissão "a pedido" entre novembro de 2023 e abril de 2024, dois terços já estão empregados com um salário maior do que o anterior. A pesquisa foi feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e deve ser divulgada na íntegra na próxima semana. A prévia do levantamento foi antecipada pela subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner.
Segundo a subsecretária, 3,77 milhões de pessoas tiveram demissão "a pedido" entre novembro de 2023 e abril de 2024. Deste montante, 59 mil trabalhadores responderam à pesquisa na carteira de trabalho. O perfil do grupo, no entanto, é bem parecido com o universo completo, explicou Paula.
"O perfil (das respostas) em termos de idade, escolaridade, sexo e tipo de trabalho é bem parecido com o universo. Essa semelhança ajuda a dizer que não são só eles que responderam à amostra, mas o universo deles", explicou. A pasta ainda está fazendo a análise dos dados completos, mas a subsecretária antecipou que 73% dizem estar satisfeitos com a decisão.
Ela afirmou que, a princípio, quatro elementos aparecem na pesquisa: o fato de que as pessoas foram demitidas "a pedido" por terem outro emprego em vista; por causa de salários baixos; pelo sentimento de não valorização no trabalho; e por problemas éticos com a forma de atuação da empresa.
Paula disse ainda que trabalhadores da área de tecnologia da informação (TI) foram os que registraram melhor desempenho: 58% pediram demissão já tendo emprego em vista. "Não é o maior grupo, mas é o grupo mais bem colocado. Depois vêm pessoas do comércio", afirmou.
Apesar dos dados, a subsecretária avaliou que a rotatividade no mercado de trabalho só faz sentido se houver melhora na produtividade, indicador que, segundo ela, se encontra estagnado no Brasil.
"Para indivíduos (que foram demitidos) a pedido, dois terços se deram bem na vida, melhorou um pouco o salário, mas o conjunto da comunidade ainda não está bom, a gente precisava que todos tivessem com melhora de salário, e é por isso que ministro (Luiz Marinho) repete tanto que tem que reduzir a rotatividade e ter aumentos de salário para isso se caracterizar em uma situação melhor para o conjunto dos trabalhadores", avaliou.
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