Crescimento de vagas formais para mulheres foi maior que o dos homens em 2024Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em números absolutos, no entanto, as novas vagas com carteira de assinada em todo o país ainda são mais ocupadas por homens. O salário médio deles também é maior do que o das mulheres.
As informações são do estudo "Quais os grupos mais beneficiados com o bom desempenho do mercado de trabalho em 2024?", das pesquisadoras Janaína Feijó e Helena Zahar do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) publicado este mês no Observatório da Produtividade Regis Bonelli.
"Nos últimos oito meses, o mercado de trabalho tem apresentado um bom desempenho, com geração de postos formais acima das expectativas e elevação da média salarial", diz o texto, que acrescenta: "Esse crescimento expressivo no saldo feminino gerou uma mudança na composição do saldo total, o tornando menos desigual".
Em números absolutos, o saldo de postos de trabalho formais entre os homens passou de 841.273 em 2023 para 926.290 em 2024, o que representa um aumento de 10,1%. O número total é maior do que o saldo dos postos ocupados pelas mulheres, que passou de 551.237 em 2023 para 800.269 em 2024 – totalizando um crescimento de 45,18%. O saldo de postos de trabalho é calculado levando em conta as admissões e descontando as demissões que foram feitas no período.
Considerada a porcentagem de novas vagas ocupadas por homens e mulheres, o estudo mostra que, em 2024, o país reduziu a desigualdade em comparação a anos anteriores, mas ainda mantém a maioria das vagas ocupadas por homens.
Em 2022, 56% do saldo das vagas foram preenchidos por homens e 44% por mulheres. Em 2023, essa diferença aumentou, cerca de 60,4% do saldo de empregos criados no Brasil foram ocupados por homens e apenas 39,6% por mulheres. Agora, em 2024, a participação das mulheres no saldo total subiu para 46,4%. As demais 53,6% vagas criadas foram ocupadas por homens.
Ocupações e salários
Outro destaque é a participação das mulheres no saldo de "trabalhadores dos serviços", que passou de 54,8% dos postos ocupados para 61,5%. Já no saldo de "vendedores e prestadores de serviços do comércio" a participação delas dobrou, passando de 25,1% para 50,1%.
Já entre os homens, os maiores crescimentos ocorreram nas categorias "Escriturários" (33,4%), "Trabalhadores de funções transversais" (27,3%) e "Vendedores e prestadores de serviços do comércio" (23,6%).
Em relação aos salários, o levantamento mostra que, em agosto de 2024, o salário médio real de admissão era R$ 2.156,86. Considerando apenas os homens, o salário médio de admissão em agosto de 2024 era ligeiramente superior à média, alcançando R$ 2.245. Já o salário médio de admissão das mulheres era R$ 2.031.
"Ao longo dos últimos 13 meses, há pequenas variações mensais, mas a diferença entre os salários médios de homens e mulheres permanece evidente, com as mulheres consistentemente recebendo um salário médio de admissão em torno de 10% a 11% menor", diz o texto.
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