Greve dos servidores do Tesouro vai afetar a contratação de crédito por Estados e municípiosReprodução

Brasília - O governo adiou para novembro as entrevistas para apresentação do Relatório Mensal da Dívida e do Resultado do Tesouro Nacional relativos a setembro. A postergação ocorre em razão da greve dos servidores do órgão, que nas últimas semanas provocou interrupções na venda de títulos do Tesouro Direto.
Os servidores do Tesouro, que pertencem à categoria de auditores e técnicos federais de finanças e controles, decidiram ampliar a paralisação, que agora passará de dois para três dias na semana. Em assembleia, eles decidiram não trabalhar entre terça e quinta-feira, a partir da próxima semana.
A categoria pede reajuste salarial e reestruturação da carreira, mas as negociações com o Ministério da Gestão não avançaram.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (Unacon), o acirramento da mobilização coincide com o prazo final para conclusão dos programas que avaliam o cumprimento de metas fiscais para operações de crédito que têm a União como garantidora.
Ainda segundo o sindicato, a greve vai afetar a contratação de crédito por Estados e municípios. A entidade menciona o caso de Recife (PE), cujo prefeito, João Campos, foi até a Fazenda neste mês para falar sobre o programa de equilíbrio fiscal do município.
Para diminuir o impacto do atraso das análises - que poderiam provocar inadimplência ou cobrança extraordinária de parcelas da dívida antecipadamente em contratos já celebrados -, foi editada uma portaria para ampliar o prazo final de conclusão desses programas para 30 de novembro, dando um mês de fôlego.