Com a crescente demanda por motos, as seguradoras estão ampliando as ofertas para atender o mercado Reprodução / Internet
Em seguida, os policiais procuraram e recuperaram a moto. No entanto, ela foi entregue com um tiro e não estava funcionando. “Tecnicamente eu poderia acionar o seguro, mas a perícia obrigatória levaria muito tempo e eu preciso da moto no dia a dia”, diz. Liporage explica que preferiu arcar com os custos para não ter o prejuízo de ficar sem o seu meio de locomoção. “Só acionaria o seguro se não tivesse sido encontrada. Nesse caso, acho que valeria a pena”, avalia.
Para Gabriel Dalzini, de 22 anos, a situação é diferente. O universitário comenta que se sente seguro em Petrópolis, na Região Serrana. “Eu moro em uma cidade tranquila, então nunca tive a necessidade de adquirir o seguro”, explica. Ele diz que apenas coloca uma trava disco na moto para impedir um possível furto.
O que é o seguro de moto?
O presidente do Sindicato de Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor-RJ), Ricardo Garrido, explica que o seguro para moto é similar aos dos demais veículos. Dentro desse serviço, o consumidor tem direito à garantia em situações de roubos, colisões, acidentes pessoais, danos a terceiros e de assistências 24 horas.
“Quem tem uma moto deve se preocupar muito com acidentes pessoais e com a cobertura contra terceiros”, alerta Garrido.
O mercado de motocicletas no Brasil vive um momento de forte expansão. Os dados mais recentes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) mostram que a produção de motos no Polo Industrial de Manaus ultrapassou um milhão de unidades em 2024, registrando aumento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano anterior — o melhor desempenho desde 2012.
Com a crescente demanda por motocicletas, diversos ramos têm se adaptado para oferecer produtos e serviços mais sofisticados. As seguradoras, por exemplo, ampliaram a oferta para atender ao mercado.
André Costa, CEO da Touareg Seguros, destaca a importância de compreender os detalhes das coberturas disponíveis em um seguro para evitar surpresas desagradáveis. Segundo o especialista, é essencial que os motociclistas saibam que alguns seguros básicos podem excluir danos por vandalismo, incêndio intencional, danos da natureza e outros tipos de violência urbana.
Garrido esclarece que eventos como vandalismo e enchentes, por exemplo, não estão incluídos nas coberturas mais comuns, pois são considerados problemas relacionados à segurança pública e, portanto, de responsabilidade governamental. Porém, ele destaca que existem planos de "cobertura compreensiva", que oferecem uma proteção mais ampla e incluem esses tipos de ocorrências.
Costa também alerta para a diferença entre seguro e proteção veicular, oferecida por associações e sem regulamentação da Superintendência de Seguros Privados (Susep). “O seguro tradicional oferece mais respaldo jurídico e financeiro, enquanto a proteção veicular é baseada no rateio de custos entre associados, o que pode comprometer o reembolso em situações mais complexas”, explica.
A proteção veicular, oferecida por cooperativas e associações sem fins lucrativos, não é regulamentada por órgãos governamentais. Nesse modelo, os contratantes compartilham os riscos, contribuindo mensalmente para um fundo coletivo. Em caso de sinistro, os reparos são financiados por esse fundo, formado pelas mensalidades e pela administração da cooperativa.
O CEO da Touareg Seguros enfatiza a importância de verificar a rede de assistência da seguradora. “Ter um suporte de qualidade e oficinas credenciadas confiáveis é essencial em situações de sinistro.”
Para as seguradoras, sinistro é o evento inesperado ou acidental que aciona a cobertura contratada na apólice. É, em essência, a materialização do risco contra o qual o segurado buscou proteção. Ele pode ser roubo, furto, acidente ou qualquer outra ocorrência prevista no contrato.
Garrido informa que o motociclista deve fazer uma declaração de sinistro contando como ocorreu o fato e anexar o documento do bem, a habilitação e os documentos do segurado. Depois, a seguradora verifica se o evento está coberto pela apólice e avalia a documentação e os detalhes fornecidos. Se o sinistro for aceito, a empresa paga a indenização, que pode cobrir reparos, substituição ou reembolso, conforme o tipo de cobertura.
Ele esclarece que o valor da indenização é regulado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Essa referência é utilizada para determinar o valor médio de veículos, sendo atualizada mensalmente, a chamada Tabela Fipe. Além disso, serve como base para negociações de compra, venda e seguros.
Por lei, a seguradora tem até 30 dias para fazer a indenização, a partir do momento que ela recebe toda a documentação do cliente. “Hoje o mercado de seguros está praticando indenizações muito mais rápido. Existem indenizações que saem de cinco a sete dias”, conclui Garrido.
A escolha do tipo de cobertura é crucial para determinar a real utilidade do seguro para sua moto. Por isso, essa decisão deve ser feita com atenção. Existem diversos tipos de seguro de motos, cada um projetado para atender a diferentes necessidades e orçamentos.
O seguro compreensivo ou total oferece proteção ampla para o veículo, cobrindo diferentes tipos de danos causados por eventos especificados na apólice. Geralmente, as melhores opções de seguros compreensivos incluem cobertura para colisões, incêndios, roubos e furtos, além de situações como alagamentos, quedas de raios e outros imprevistos.
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