Ministério da FazendaDivulgação/Ministério da Fazenda
Já para 2025, a projeção de IPCA passou de 3,40% para 3,60%. O último boletim macrofiscal da SPE havia sido divulgado em setembro de 2024.
No documento, a SPE ponderou que houve um avanço na inflação entre agosto e outubro, com maior contribuição de preços livres, que registraram aumento da inflação de alimentação no domicílio e desaceleração nos preços de serviços. O período também registrou avanço nos preços monitorados, com aumento das tarifas de energia.
"Até o final do ano, deverá haver desaceleração nos preços de monitorados, mas aceleração dos preços livres. Itens com preços mais voláteis, mais afetados pela dinâmica do câmbio e do clima, explicam o aumento na projeção de inflação em 2024. Nesse sentido, vale reforçar que para a média das cinco principais métricas de núcleo, a previsão de inflação se manteve em 4,00%", explicou a secretaria.
A expectativa é de que, a partir deste mês de novembro, a inflação acumulada em 12 meses volte a cair. Esse cenário incorpora a bandeira verde para as tarifas de energia, ainda que novos eventos climáticos possam provocar impacto. Também pesam como fatores altistas a aceleração dos preços de carnes bovinas. No entanto, há uma perspectiva positiva para a safra de 2025 e aumenta a probabilidade de um La Niña de baixa intensidade e duração.
O Ministério da Fazenda também revisou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - utilizado para a correção do salário mínimo. De acordo com a nova grade de parâmetros macroeconômicos da pasta, a estimativa para o indicador neste ano passou de 4,10% para 4,40%. Para 2025, a projeção passou de 3,20% para 3,40%.
"O aumento nos preços de alimentação, explicado principalmente pela maior ocorrência de eventos climáticos nesses últimos meses de 2024, tem impacto mais pronunciado na inflação de quem ganha até cinco salários mínimos. Por isso, a inflação medida pelo INPC deverá se aproximar daquela apontada pelo IPCA em 2024. Para 2025, no entanto, a desaceleração da inflação de alimentos tende a beneficiar novamente o INPC, projetado em 3,40% no acumulado até dezembro", pontua o documento.
Já a estimativa da Fazenda para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em 2024 teve a revisão mais acentuada, passando de 3,80% para 6,40% em 2024 e ajustada de 3,80% para 4,00% em 2025. Para a projeção, a SPE observou que entre agosto e outubro, a variação acumulada em 12 meses do índice acelerou, repercutindo a alta nos preços do atacado.
No último relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central projetaram IPCA de 4,64% em 2024, acima do teto da meta, e de 4,12% no ano que vem.
O ajuste foi feito levando em conta "mudanças marginais", com destaque para o ligeiro aumento na expectativa de expansão do PIB no terceiro trimestre. Para os próximos dois trimestres, projeta-se crescimento da atividade, embora em ritmo inferior ao observado nos dois primeiros trimestres deste ano.
Para 2025, a projeção foi mantida em 2,5%. A Fazenda argumentou que, apesar do aumento esperado para a taxa básica de juros nos próximos meses, as expectativas para a safra de grãos e para a produção extrativa no próximo ano melhoraram significativamente, compensando o efeito negativo da política monetária mais contracionista sobre a atividade. O último boletim macrofiscal havia sido divulgado em setembro.
Para este ano, a queda esperada para o PIB agropecuário em 2024 passou de 1,9% para 1,7%, já incorporando revisões nas expectativas para as colheitas de laranja, café, trigo, algodão e cana-de-açúcar, além dos dados preliminares de abate do terceiro trimestre. No caso da indústria, a expectativa de crescimento em 2024 se manteve em 3,5%, segundo a Fazenda, guiada pelo bom desempenho projetado para a transformação e construção. Já a projeção para a expansão dos serviços subiu ligeiramente, passando de 3,3% para 3,4%.
Para o terceiro trimestre de 2024, a projeção de crescimento subiu de 0,6% para 0,7%, ainda implicando em desaceleração moderada do ritmo de atividade na margem. De acordo com a SPE, a mudança na projeção reflete pequenas revisões nas estimativas de crescimento para o setor agropecuário e de serviços.
Para os anos seguintes, 2025, 2026 e 2027, a Fazenda manteve as projeções de crescimento, respectivamente em 2,5%, 2,6% e 2,6%, com exceção de um ajuste marginal para 2028, cuja expectativa de alta do PIB foi de 2,5% para 2,6%.
"Até 2028, o crescimento deverá seguir próximo a 2,5%. A estimativa é conservadora, podendo surpreender a depender dos ganhos de produtividade e de eficiência alocativa que emergirem do Plano de Transformação Ecológica e da reforma tributária. O aumento na produção e exportação de petróleo e de energias renováveis também podem contribuir para elevar o potencial de crescimento do Brasil ao longo dos próximos anos", afirmou a pasta.
No último relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, 18, os analistas de mercado consultados pelo Banco Central projetaram uma alta de 3,10% para o PIB de 2024. Para 2025, a estimativa no Focus é de alta de 1,94%. As projeções de mercado para 2026 e 2027 estão em 2%, para os dois anos.
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