Relatório Focus é divulgado pelo Banco CentralMarcello Casal Jr/Agência Brasil
A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou menos (1,5% a 4,5%). Se a inflação ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido o alvo.
A estimativa intermediária para a inflação de 2024 passou de 4,84% para 4,89%, também acima do teto, de 4,50%. Quatro semanas atrás, estava em 4,64%. Levando em conta apenas as 52 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 4,85% para 4,93%.
Na última terça-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA avançou 0,39% em novembro, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,36%.
No Focus, a mediana para a inflação de 2026 continuou em 4,0%, interrompendo uma sequência de seis semanas de alta. A projeção para 2027 avançou de 3,58% para 3,66%, o segundo aumento consecutivo.
O Comitê de Política Monetária (Copom) considera o segundo trimestre de 2026 como horizonte relevante da política monetária O colegiado espera um IPCA de 4,0% nos quatro trimestres fechados nesse período, no cenário com a taxa Selic do Focus e dólar começando em R$ 5,95 e evoluindo conforme a paridade do poder de compra (PPC).
Também no cenário de referência, o Banco Central espera que o IPCA termine 2024 em 4,90% e desacelere a 4,50% em 2025.
Na última sexta-feira, 13, o Banco Central informou que seu índice de atividade econômica (IBC-Br) cresceu 0,14% em outubro. O resultado, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de variação zero, mostrou que a economia brasileira começou o quarto trimestre com fôlego maior do que se esperava. No terceiro trimestre, o PIB cresceu 0,9%, mais do que se previa.
A estimativa intermediária para 2025 passou de 2,0% para 2,01%, contra 1,94% um mês antes. Levando em conta apenas as 31 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana oscilou de 2,06% para 2,10%.
Os economistas do mercado não alteraram as projeções de crescimento da economia em 2026 e 2027. Ambas permaneceram em 2,0%, como já estão há 71 e 73 semanas, respectivamente.
Considerando apenas as 64 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 aumentou de 13,75% para 14,50%.
A estimativa intermediária para os juros no fim de 2026 subiu de 11,0% para 11,25%, contra 10,0% um mês antes. A projeção para o fim de 2027 se estabilizou em 10,0%, 0,75 ponto porcentual acima do nível de 9,25% esperado quatro semanas atrás.
Na última quarta-feira, o Copom afirmou que a materialização de riscos desde a sua reunião anterior, de novembro, tornou o cenário "menos incerto e mais adverso." O colegiado aumentou as suas projeções de inflação para 2024 (4,60% para 4,90%), para 2025 (3,90% para 4,50%) e para o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária (3,60% para 4,0%). Mesmo assim, manteve o balanço de riscos assimétrico para cima.
O colegiado afirmou, ainda, que a reação dos agentes ao pacote de ajuste fiscal do governo levou a uma "dinâmica inflacionária mais adversa", por meio de impactos nas expectativas de inflação, no prêmio de risco e na taxa de câmbio.
"O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista", diz o comunicado da decisão.
A moeda americana fechou a última sexta-feira, 13, em R$ 6,0313, acima da linha de R$ 6,0 pelo segundo dia consecutivo e próxima do pico histórico, de R$ 6,0829.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
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