Willane da Silva faz parte do pequeno grupo de mulheres que ocupam cargos de liderança no setor elétricoDivulgação/Enel

O Dia Internacional da Mulher é celebrado neste sábado (8) como um símbolo da luta por direitos iguais. A data exalta as conquistas já alcançadas, mas também reforça a mobilização contra a discriminação de gênero. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que as mulheres ocupam apenas 39% dos cargos de liderança no Brasil, mesmo representando a maioria da população e da força de trabalho com ensino superior.
Apesar de uma progressão lenta, a presença feminina em cargos gerenciais e de direção tem aumentado nos últimos anos e é essencial destacar o impacto e a importância dessa liderança no ambiente corporativo. Por isso, O DIA ouviu executivas de diferentes setores que não apenas quebram barreiras, mas também transformam a cultura organizacional, promovendo diversidade e inovação dentro das empresas.

Segundo o IBGE, mulheres representam 52,8% da população do Estado do Rio de Janeiro, percentual superior à média nacional (51,5%) e da Região Sudeste (51,8%). São 8.477.499 mulheres (900 mil a mais que homens) vivendo nos 92 municípios fluminenses. No Brasil, elas são 51,5% da população.
Um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ) ouviu 1.844 mulheres de todo o Estado e destaca que 49% das mulheres entrevistadas são as principais provedoras financeiras de seus lares.
O levantamento também mostra que a maior parte das mulheres (56%) tem rendimento médio inferior a R$ 3.200, pertencendo às classes D/E de renda, de acordo com a classificação do IBGE.
Mesmo as mulheres sendo o maior número da população e com maior nível de instrução acadêmica, a igualdade de gênero no mercado de trabalho caminha a passos largos, desigualdade salarial e a falta de representatividade em posições estratégicas seguem como desafios para que mais mulheres cheguem ao topo das organizações.

Segundo Rosa Bernhoeft, especialista em gestão de pessoas e CEO da Alba Consultoria, um dos principais obstáculos para as mulheres no mercado de trabalho são os estereótipos de gênero.
"Se uma mulher é assertiva, pode ser chamada de 'agressiva', um homem, de 'confiante'. Esse duplo padrão acompanha a jornada desde o início. Outro ponto é a falta de representatividade. Ser a única mulher em uma reunião (ou em setores como tecnologia e finanças) gera isolamento e falta de referências", apontou.
"Mesmo em cargos de liderança, há pressão para provar valor constantemente. Homens são presumidos competentes, já as mulheres, questionadas. E não podemos ignorar a dupla jornada: a responsabilidade maior com casa e filhos ainda recai sobre elas, limitando oportunidades", acrescentou.
A especialista também chama a atenção para os ambientes hostis em que pesam: microagressões, resistência à presença feminina e cultura que exige "prova diária" de capacidade. Além disso, ela destaca a falta de políticas institucionais, como salários iguais e licenças-maternidade justas.
"O mercado de trabalho foi moldado por décadas com uma visão muito masculina de liderança, então, quando uma mulher chega nesses espaços, muitas vezes ela precisa enfrentar resistências ou provar mais do que um homem para conquistar o mesmo reconhecimento. É um processo longo, sim, porque envolve mudar mentalidades, quebrar estereótipos e criar políticas que promovam igualdade de fato", afirma.
Rosa Bernhoeft, especialista em gestão de pessoas e CEO da Alba Consultoria - Reprodução/arquivo pessoal
Rosa Bernhoeft, especialista em gestão de pessoas e CEO da Alba ConsultoriaReprodução/arquivo pessoal
Para Bernhoeft, as novas gerações estão trazendo outra mentalidade, tanto nas empresas quanto na sociedade. Além da existência de iniciativas importantes, como programas de mentoria para mulheres, cotas de diversidade em conselhos e até políticas internas que incentivam a ascensão feminina, as próprias mulheres têm mostrado que não estão dispostas a esperar sentadas e estão buscando capacitação, criando redes de apoio e ocupando esses espaços.

"O mercado está se adaptando, mas ainda há muito a caminhar. A boa notícia é que, cada vez mais, as empresas estão percebendo que diversidade não é só uma questão de justiça social, é também um diferencial competitivo. Times diversos são mais inovadores, resilientes e eficientes. E isso, no fim das contas, beneficia todo mundo", destacou.
Mulheres que inspiram
- Construção
Deisy Dias de Oliveira, de 38 anos, tem 23 anos de experiência profissional, sendo 15 deles dedicados à construtora MRV. Ela conta que começou na área como corretora em 2011 e, após um ano e meio, teve a oportunidade de conquistar o seu primeiro cargo de liderança como gerente de loja em Bauru, no interior de São Paulo. 
No ano seguinte, assumiu a gerência de uma loja no Rio, onde continuou a desenvolver as suas habilidades e a crescer profissionalmente. Nove anos depois, alcançou a posição de Gestora Regional.
"Sinto um imenso orgulho da minha trajetória e sou profundamente grata a todas as pessoas incríveis que compartilharam essa jornada comigo", celebra. "Como líder, um dos meus principais objetivos é incentivar outras mulheres a ocuparem posições de destaque, tornarem-se protagonistas de suas próprias carreiras e reconhecerem o impacto positivo que a liderança feminina pode ter", completa.
Ela lembra que, ao longo de sua trajetória profissional, nem sempre foi fácil lidar com o meio corporativo e que precisou ter uma postura mais firme do que o esperado para ser respeitada no mercado de trabalho.
"Atuei como gerente comercial por dez anos em diversos canais, enfrentando uma variedade de desafios, especialmente no que diz respeito à interação externa da empresa. Em muitas situações, precisei me impor para garantir que minha voz fosse ouvida e que minhas decisões fossem respeitadas", destaca. "Acredito que consegui superar esses momentos com sucesso graças à minha comunicação eficaz, resiliência e autenticidade", acrescenta.
A gestora comercial aponta que ainda existe grande resistência em relação à capacidade da mulher no mercado de trabalho.
"A presença das mulheres em posições de liderança sempre foi um desafio no mercado. Historicamente, enfrentamos barreiras significativas, além de desafios estruturais que dificultam a ascensão feminina a essas posições", apontou.

"Percebo que essa realidade vem mudando ao longo do tempo, mas ainda estamos em patamares inferiores aos dos homens. Por várias vezes, fui, sim, a única mulher em uma reunião de diretoria. É fundamental reconhecer e trabalhar para superar essas dificuldades, promovendo um ambiente mais inclusivo e igualitário", ressalta.
Oliveira destaca que, no dia a dia, enfatiza a criação de um ambiente inclusivo, que valoriza a diversidade de perspectivas e incentiva a ascensão de mulheres a posições de liderança. Entre as ações significativas, estão os feedbacks construtivos e planos de desenvolvimento individualizados, além da promoção de uma cultura de colaboração.
"Essas iniciativas contribuem para o alcance de resultados e fomentam o crescimento profissional do time. Atualmente, tenho o orgulho de liderar uma equipe com mais de 50% de representatividade feminina, refletindo nosso compromisso com a diversidade e a inclusão", pontuou.
"Estar em um cargo de liderança em uma grande empresa, em uma das cidades mais importantes do país, inspira outras mulheres a buscarem posições de destaque. Ao demonstrar que é possível alcançar altos cargos, espero encorajar mais mulheres a se posicionarem e a se destacarem em suas carreiras", acrescenta.

A gestora também aponta que é fundamental que as empresas invistam, incentivem e criem ambientes que favoreçam o crescimento das mulheres em posições de liderança.

"Desejo que mais mulheres tenham a oportunidade de mostrar seu talento e contribuir com seu trabalho, assim como eu tive. Promover o desenvolvimento de bons líderes é essencial para que elas possam ocupar seu espaço no mercado de forma plena e impactante", conclui.
- Gás natural
Katia Repsold, de 54 anos, é formada em uma área predominantemente masculina, a engenheira. Ela conta que foi a única mulher em sua turma de universidade. Logo, sempre fez parte da rotina atuar em ambientes tipicamente ocupados por homens.
"Acredito que quebrar estereótipos, assim como conciliar a vida pessoal e profissional é um grande desafio. Tenho três filhos e sempre busquei posições de destaque na minha carreira. O segredo, a meu ver, é dedicação e compreensão para balancear esses dois universos", aponta.
Presidente da Naturgy no Brasil, ela começou na empresa como gerente de qualidade em 2001. A partir de 2004, passou três anos e meio em uma das empresas do grupo na Argentina, atuando como responsável pela distribuição de gás.
"Quando voltei ao Brasil, fui responsável por áreas distintas, como Serviço ao Cliente e Gestão de Rede. Desde 2018, ocupo o cargo de Country Manager (CEO nacional) e busco focar minha gestão no cumprimento das políticas de qualidade, segurança e meio ambiente e no gerenciamento de diferentes projetos estratégicos do grupo no país", destaca.
Com mais de 20 anos de carreira, a carioca afirma que a sua caminhada começou bem cedo. Segundo a executiva, desde pequena, aprendeu a ter coragem, estabelecer metas e a ser determinada.
"Credito ao meu ambiente familiar muitos de meus valores, como resiliência, exigência e ética que, certamente, foram fundamentais em minha carreira. Estudei muito, não tive receio em competir e nunca perdi a curiosidade e a vontade de aprender", explica.
Formada em Engenharia Mecânica, ela tem mestrado em Tecnologia Mecânica e possui diversas formações internacionais nos Programas de Liderança e Gestão Empresarial.
"Por ser formada em engenharia, sempre transitei por ambientes predominantemente masculinos. Isso nunca me intimidou. Ao contrário, serviu como estímulo para mostrar o meu talento e seguir adiante para novos desafios. Às vezes, não é fácil, mas a dedicação foi o segredo para mostrar meu trabalho e conquistar respeito e me tornar uma referência no setor energético", diz.
A executiva ainda aponta a importância das mulheres para o setor e os resultados da sua gestão, ressaltando que 70% da diretoria da companhia é feminina e cerca de 50% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres:
"É por meio de diferentes perfis que a empresa consegue trazer soluções diferenciadas e inovadoras para os clientes. Muitas vezes, lidar com perfis diferentes é um desafio para o gestor, mas é esta integração de mentalidades e vivências diferentes que traz benefícios para a empresa."
Repsold ainda destaca que os processos de recrutamento e seleção, assim como de promoções, são baseados no mérito, para que todos possam concorrer de forma justa e igualitária.
"Nós, mulheres, ainda enfrentamos dificuldades para obter reconhecimento no mercado de trabalho ou igualdade de condições, como remuneração, por exemplo. Podemos perceber que empresas que não avançaram em seus modelos de diversidade estão perdendo espaço. Apostar em recursos humanos diversos não é apenas uma questão ética, é uma estratégia de negócios. É mais vantajoso em todos os aspectos, inclusive economicamente, nos resultados do negócio", aponta.
A executiva explica que acredita na importância de estimular uma mudança cultural, como forma não só de ampliar o acesso das mulheres, mas também de reter esses talentos, promovendo um ambiente acolhedor. Entre as ações implementadas, ela cita a realização frequente de treinamentos, capacitações e palestras sobre assédio, violência e discriminação, além da política de direitos humanos e do código de ética e conduta da companhia:
"A empresa mantém um canal de escuta periódico com os colaboradores com três perguntas específicas sobre inclusão, para que os funcionários possam expressar como se sentem em relação à empresa e seus gestores, no que tange a diversidade. Além disso, existe um canal de denúncias, em que o colaborador pode relatar qualquer desvio em relação a preconceito ou assédio."
A presidente da Naturgy no Brasil afirma que as mulheres que alcançam cargos de liderança contribuem para uma mudança de paradigma. Assim, outras mulheres podem acreditar que é possível vencer essa barreira.
"É importante nunca duvidar da sua capacidade e aproveitar essa capacidade feminina de ter uma visão mais ampla e empática das situações. Nós não devemos tentar nos enquadrar no modelo masculino, mas sim agregar novas percepções por meio das nossas experiências. Todos ganharão com essa diversidade", afirma.
"As mulheres são extremamente engajadas e colaborativas. Saber trabalhar em cooperação é cada dia mais importante na nova economia. As estatísticas mostram que ainda há muito espaço a ocupar, especialmente nas posições de alta liderança e nos conselhos de administração de grandes empresas. Acredito que vamos seguir avançando e que não há espaço para retroceder nessa conquista", completa.
- Decoração e reforma
Há dois anos como diretora de performance na Leroy Merlin, rede de lojas de materiais de construção, acabamento, decoração, jardinagem e bricolagem, Erica Ferreira conta que não imaginava que chegaria a ocupar o cargo que tem hoje. Seu foco era apenas aprender e crescer. 
"Trabalhei cinco anos na empresa antes de assumir o cargo de diretora. Com o tempo, fui me desenvolvendo, enfrentando novos desafios e me preparando para novas oportunidades", conta.
Ferreira, de 31 anos, ressalta que ser uma liderança feminina traz desafios, como a necessidade de reafirmar constantemente a competência, superar vieses inconscientes e equilibrar a vida profissional e pessoal.
"Já vivenciei situações em que minhas decisões foram questionadas por vieses de gênero. O mundo corporativo tem sido historicamente masculino, e algumas estruturas ainda refletem essa cultura. Minha forma de lidar com isso sempre foi com competência, segurança e resultados sólidos", pontua.
A diretora pondera que houve avanços significativos ao longo do tempo, mas ainda há resistência e desafios a serem superados:
"Muitas empresas já compreendem que a diversidade fortalece os resultados e a inovação, mas ainda há espaços onde a representatividade feminina é baixa. Ao longo da minha vida profissional, já fui a única mulher em uma reunião de diretoria, o que reforça a importância de impulsionar mais lideranças femininas."
Ferreira acredita que, por meio da sua liderança, contribui para a representatividade feminina no mundo corporativo. "Estar em um cargo de liderança me permite não apenas tomar decisões estratégicas, mas também ser um exemplo para outras mulheres que aspiram a crescer profissionalmente. Representatividade importa, e é essencial que as profissionais enxerguem que é possível ocupar cargos de destaque", afirma.
A diretora aponta que atualmente são mais de 9,7 mil colaboradores da empresa no Brasil e 45% do quadro é composto por mulheres. Nos cargos de liderança, a percentagem se repete.
"Entre as ações desenvolvidas pela Leroy Merlin está o Programa Liderança Inclusiva, voltado para todos os líderes a fim de criar oportunidades e ampliar o debate sobre a importância da inclusão no meio corporativo e seu papel fundamental dentro da cultura da empresa. A Leroy Merlin também passou a integrar, a partir de 2023, a iniciativa 'Elas Lideram', da ONU, que visa ao aumento da presença feminina em cargos de gestão", destacou.
"Precisamos garantir oportunidades reais para que mulheres possam crescer profissionalmente sem barreiras estruturais, assegurando equidade salarial e oportunidades de liderança. Ainda há desafios, mas acredito que, com o comprometimento das empresas, das lideranças e da sociedade como um todo, podemos transformar o mundo corporativo em um espaço mais justo e igualitário", conclui.
- Energia
No Brasil, o setor elétrico é composto por cerca de 20% de mulheres, sendo 66% em posições administrativas e apenas 5,55% em posições de alta liderança, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Willane Paula da Silva, de 44 anos, faz parte do pequeno grupo de mulheres que ocupam cargos de liderança na área. Há dois anos, ela trabalha como diretora de operações e manutenção da Enel Rio. 
Como fonte de inspiração, ela relata que recebe frequentemente mensagens de outras mulheres na empresa após as reuniões, agradecendo e parabenizando a atitude e a postura.
"Em reuniões com agentes externos, as mulheres se sentem mais representadas e pedem para tirar fotos, registrar o momento. Ali, percebo o meu papel de referência profissional, e me sinto muito feliz por isso", comemora.
A diretora tem 26 anos na área da engenharia elétrica e, desde o início da carreira, já almejava
ocupar cargos de liderança, por admirar as mulheres executivas. Com um longo histórico profissional, atuou por 19 anos em outra empresa de energia, também ocupando cargos de liderança. Na Enel, iniciou há sete anos como gerente e, há dois anos, foi promovida a diretora.
"Já fui gestora das áreas de obras e extensão de redes e comercial. Fui gerente de base operacional, com 40 liderados diretos e mais de mil indiretos, e gerente de unidade territorial, com mais de 40 municípios sob minha responsabilidade", relembrou.
"As empresas possuem a cultura de lideranças masculinas nos cargos de operação. Porém me sinto satisfeita na Enel, lugar que promove a igualdade de gênero e busca o empoderamento feminino. Outro desafio constante das mulheres é a conciliação entre o trabalho e a vida pessoal, especialmente com a maternidade. Hoje, tenho autonomia e equilíbrio entre os dois lados", acrescentou.
Para a executiva, umas das formas de lidar com o questionamento sobre a liderança feminina é ter registros que embasem o ponto de vista. Também é necessário engajar a equipe e mantê-la confiante nas decisões e estratégias definidas.
"Há obstáculos. Por isso, é importante investir na qualificação, adotar políticas de igualdade nas empresas e apoiar redes de solidariedade feminina. O setor de energia é tradicionalmente dominado por homens, mas tenho buscado contribuir para a mudança desse cenário, e estou em uma empresa que estimula um ambiente de trabalho justo. Tenho me envolvido em programas de mentoria e redes de apoio para capacitar e incentivar mulheres a assumirem papéis de destaque no setor", afirma.
"Seria muito bom se outras empresas de energia também valorizassem mais a força feminina. É essencial que todos, independentemente de gênero, trabalhem juntos para construir um ambiente mais igualitário", acrescenta.
Programas de incentivo à mulher no mercado de trabalho no Rio
Da Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ)

- Empreenda + Mulher
Promove ações de capacitação e rodadas de negócio e de crédito exclusivamente para empresas lideradas por mulheres ou empresas que sejam de propriedade exclusiva de mulheres, com palestras e capacitações e rodadas de negócios.

- Programa Empreendedoras RJ
Promoção de projetos e ações voltadas para o desenvolvimento de negócios empreendidos por mulheres como:
 - Projeto Negócio de Mulher que conecta empreendedoras experientes e empreendedoras iniciantes para troca de experiências;
- Oficina Primeiros Passos para o empreendedorismo com foco em mulheres que passaram por cursos de qualificação profissional;
- Elo de liderança: parceria com a ONG aliança empreendedora para replicar a metodologia de formação para o desenvolvimento de pequenos negócios com foco em servidores municipais e lideranças comunitárias que atuam com empreendedorismo feminino
- Selo Empresa Amiga da Mulher
Certifica anualmente empresas que atuam no estado e investem em programas internos e externos de segurança e igualdade de gênero. 

- Mulheres na Escola
Parceria com a Cecierj, utiliza a metodologia do Ceja, e será oferecido em 47 municípios. O objetivo é combater a exclusão social e promover a igualdade de gênero por meio da educação para mulheres em situação de violência, egressas ou em cumprimento de pena, mulheres trans e mães solo.
Atende mulheres de 16 anos, que não tenham concluído o ensino fundamental, mulheres a partir de 18 anos que não concluíram o ensino médio ou desejam estudar em um preparatório para o Enem. As aulas são semipresenciais, com material didático gratuito.

- Vamos Juntas
Parceria entre a SEM-RJ e a Faetec que prevê a formação profissional em 17 cursos de 25 unidades da Faetec, em 21 municípios. As participantes recebem auxílio transporte, alimentação e material didático.
Os cursos têm duração de 20 semanas e são destinados às mulheres a partir dos 16 anos, em vulnerabilidade, risco social ou em áreas com infraestrutura deficitária.

- Mulheres Mil
Programa em parceria com Pronatec e Faetec, oferece cursos profissionalizantes para mulheres em situação de vulnerabilidade. A modalidade é para mulheres que cumprem pena em presídios. Ao longo de 2024, 619 mulheres foram formadas em cursos profissionalizantes.
- Reserva de vagas para qualificação profissional
Termo de cooperação que reserva 5% das vagas em cursos de qualificação profissional da Faetec para encaminhamento de mulheres em situação de violência, em cumprimento à Lei Estadual 9.662. Convênio com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio prevê o encaminhamento de mulheres vítimas de violência para vagas de emprego.
As interessadas em saber mais informações sobre os programas podem entrar em contato no perfil da secretaria no Instagram: @secmulherrj.
Vagas no programa Sebrae delas
Dados do Sebrae Rio mostram que o Rio de Janeiro é o Estado com o maior número de empreendedoras no País. Ao todo, as mulheres representam 39% de quem empreende, acima da média nacional que é de 34%. Em 2024, houve um crescimento de 4% de mulheres abrindo negócios no estado, em comparação ao ano anterior.

Para aprimorar a gestão empresarial e fortalecer os negócios liderados por mulheres, o programa Sebrae Delas, que já atendeu mais de 50 mil donas de pequenos negócios no Rio, estará com as inscrições abertas a partir da próxima segunda-feira (10) até o dia 13 de abril, por meio do site do Sebrae.
Com duração de sete meses, a empreendedora participará de oficinas, consultorias individuais e possibilidade de contatos com outras empresas.

Ao todo são 500 vagas disponíveis nessa edição do programa. Para fazer a sua inscrição, a empreendedora precisa ter um CNPJ ativo, ser microempreendedora individual (MEI) ou dona de uma microempresa ou empresa de pequeno porte, além do empreendimento ter sede ou filial no Rio de Janeiro. O Sebrae Rio subsidia entre 85% e 90% do custo do programa.

"Nos últimos cinco anos o número de empreendedoras no estado do Rio aumentou 13%. Empreender é uma ferramenta social de inclusão, já que geralmente, a mulher tem uma jornada tripla de trabalho e a única forma de prover sustento à família. Pelo perfil empreendedor, as mulheres são as que mais procuram capacitações no Sebrae e estão dispostas a buscar melhorias aos seus negócios", avalia Renata Roqui, gestora estadual do Sebrae Delas e coordenadora do Sebrae Rio.