Inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechou fevereiro com altaValter Campanato / Agência Brasil

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou fevereiro com alta de 1,31%, ante uma elevação de 0,16% em janeiro, informou nesta quarta-feira, 12, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 1,32%. O intervalo das previsões era de 1,23% e 1,46%.

A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 1,47%, de acordo com o IBGE. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,06%, resultado próximo à mediana das projeções dos analistas, de 5,07%, com estimativas que iam de 4,97% a 5,21%.
Alimentação e bebidas
O grupo Alimentação e bebidas saiu de um avanço de 0,96% em janeiro para alta de 0,70% em fevereiro, sexto aumento consecutivo, dentro do IPCA, apurado pelo IBGE. O grupo contribuiu com 0,15 ponto percentual para a taxa de 1,31% do IPCA do último mês.

A alimentação no domicílio aumentou 0,79% em fevereiro. Os destaques foram os aumentos nos preços do ovo de galinha (15,39%) e do café moído (10,77%). Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).

A alimentação fora do domicílio aumentou 0,47% em fevereiro, de acordo com o IBGE. O lanche subiu 0,66%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,29%.
Educação 
O grupo Educação saiu de um avanço de 0,26% em janeiro para alta de 4,70% em fevereiro, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,28 ponto porcentual para a taxa de 1,31% do IPCA do último mês.

A maior contribuição veio do aumento de 5,69% nas mensalidades dos cursos regulares, por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.

As variações mais agudas ocorreram no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).

"Educação todo mês de fevereiro tem essa sazonalidade", lembrou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.
Serviços
A inflação de serviços - usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços - passou de um aumento de 0,78% em janeiro para uma alta de 0,82% em fevereiro.

Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma queda de 1,52% em janeiro para uma elevação de 3,16% em fevereiro.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,57% em janeiro para 5,32% em fevereiro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 2,87% em dezembro para 5,19% em fevereiro.

Segundo Fernando Gonçalves, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, o mercado de trabalho aquecido pode explicar o fato de a inflação de serviços acumulada em 12 meses se manter rodando acima do nível da inflação geral no País. O IPCA de fevereiro ficou em 1,31%. A taxa acumulada pelo IPCA nos 12 meses terminados em fevereiro foi de 5,06%.

"A desocupação, a gente vem observando, que vem diminuindo. Aumentou a população ocupada, aumentou a massa salarial. Isso tudo traz um consumo maior. Isso pode estar se refletindo nos (preços dos) serviços", avaliou Gonçalves.
Transportes
Os gastos das famílias com Transportes passaram de uma alta de 1,30% em janeiro para uma elevação de 0,61% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição de 0,13 ponto percentual para a taxa de 1,31%.

As passagens aéreas recuaram 20,46% em fevereiro, subitem de maior alívio no IPCA, -0,16 ponto porcentual.

Por outro lado, houve um aumento de 2,89% nos combustíveis. Ficaram mais caros o óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). O gás veicular teve redução de 0,52%.

O ônibus urbano subiu 3,00% em fevereiro, como reflexo de reajustes nas tarifas: de São Paulo (de 13,64% a partir de 06 de janeiro, embora o resultado da área ainda contemple gratuidades concedidas nos dias de feriado de Ano Novo e aniversário da cidade); Campo Grande (reajuste de 4,21% a partir de 24 de janeiro); Rio de Janeiro (reajuste de 9,30% a partir de 5 de janeiro); Vitória (reajuste de 4,38% a partir de 12 de janeiro); Salvador (reajuste de 7,69% a partir de 4 de janeiro); Recife (reajuste de 4,87% a partir de 5 de janeiro); Belo Horizonte (reajuste de 9,52% a partir de 1º de janeiro); Fortaleza (houve adoção da tarifa social no dia 31 de dezembro de 2024); e Curitiba (a partir de 5 de janeiro, a tarifa modal aos domingos passou a custar metade do valor).

O táxi subiu 0,30%, em razão de reajustes de 7,83% no Rio de janeiro a partir de 2 de janeiro e de 4,79% em Salvador em 1º de janeiro.

O trem subiu 3,35%, sob influência do reajuste de 7,04% no Rio de Janeiro a partir de 2 de fevereiro. Em São Paulo, foram registrados aumentos de 0,97% no trem e no metrô, em razão do reajuste de 4,00% nas passagens a partir de 06 de janeiro.

"A variação de 7,30% na integração transporte público em São Paulo é reflexo da combinação dos reajustes citados e de gratuidades concedidas a toda população nos dias de feriado de Ano Novo (01/01) e aniversário da cidade (25/01)", observou o IBGE.