Inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechou fevereiro com altaValter Campanato / Agência Brasil
O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 1,32%. O intervalo das previsões era de 1,23% e 1,46%.
A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 1,47%, de acordo com o IBGE. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,06%, resultado próximo à mediana das projeções dos analistas, de 5,07%, com estimativas que iam de 4,97% a 5,21%.
A alimentação no domicílio aumentou 0,79% em fevereiro. Os destaques foram os aumentos nos preços do ovo de galinha (15,39%) e do café moído (10,77%). Por outro lado, ficaram mais baratos a batata-inglesa (-4,10%), o arroz (-1,61%) e o leite longa vida (-1,04%).
A alimentação fora do domicílio aumentou 0,47% em fevereiro, de acordo com o IBGE. O lanche subiu 0,66%, enquanto a refeição fora de casa avançou 0,29%.
A maior contribuição veio do aumento de 5,69% nas mensalidades dos cursos regulares, por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
As variações mais agudas ocorreram no ensino fundamental (7,51%), ensino médio (7,27%) e pré-escola (7,02%).
"Educação todo mês de fevereiro tem essa sazonalidade", lembrou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE.
Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma queda de 1,52% em janeiro para uma elevação de 3,16% em fevereiro.
No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,57% em janeiro para 5,32% em fevereiro. A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 2,87% em dezembro para 5,19% em fevereiro.
Segundo Fernando Gonçalves, gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, o mercado de trabalho aquecido pode explicar o fato de a inflação de serviços acumulada em 12 meses se manter rodando acima do nível da inflação geral no País. O IPCA de fevereiro ficou em 1,31%. A taxa acumulada pelo IPCA nos 12 meses terminados em fevereiro foi de 5,06%.
"A desocupação, a gente vem observando, que vem diminuindo. Aumentou a população ocupada, aumentou a massa salarial. Isso tudo traz um consumo maior. Isso pode estar se refletindo nos (preços dos) serviços", avaliou Gonçalves.
As passagens aéreas recuaram 20,46% em fevereiro, subitem de maior alívio no IPCA, -0,16 ponto porcentual.
Por outro lado, houve um aumento de 2,89% nos combustíveis. Ficaram mais caros o óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). O gás veicular teve redução de 0,52%.
O ônibus urbano subiu 3,00% em fevereiro, como reflexo de reajustes nas tarifas: de São Paulo (de 13,64% a partir de 06 de janeiro, embora o resultado da área ainda contemple gratuidades concedidas nos dias de feriado de Ano Novo e aniversário da cidade); Campo Grande (reajuste de 4,21% a partir de 24 de janeiro); Rio de Janeiro (reajuste de 9,30% a partir de 5 de janeiro); Vitória (reajuste de 4,38% a partir de 12 de janeiro); Salvador (reajuste de 7,69% a partir de 4 de janeiro); Recife (reajuste de 4,87% a partir de 5 de janeiro); Belo Horizonte (reajuste de 9,52% a partir de 1º de janeiro); Fortaleza (houve adoção da tarifa social no dia 31 de dezembro de 2024); e Curitiba (a partir de 5 de janeiro, a tarifa modal aos domingos passou a custar metade do valor).
O táxi subiu 0,30%, em razão de reajustes de 7,83% no Rio de janeiro a partir de 2 de janeiro e de 4,79% em Salvador em 1º de janeiro.
O trem subiu 3,35%, sob influência do reajuste de 7,04% no Rio de Janeiro a partir de 2 de fevereiro. Em São Paulo, foram registrados aumentos de 0,97% no trem e no metrô, em razão do reajuste de 4,00% nas passagens a partir de 06 de janeiro.
"A variação de 7,30% na integração transporte público em São Paulo é reflexo da combinação dos reajustes citados e de gratuidades concedidas a toda população nos dias de feriado de Ano Novo (01/01) e aniversário da cidade (25/01)", observou o IBGE.
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