Cartões de crédito respondem pela maior parte do endividamento das famílias brasileirasReprodução/Agência Brasil

Nesta sábado, 15, é comemorado o Dia do Consumidor, data em que marcas e varejistas aproveitam para impulsionar suas vendas. O período se tornou um ponto estratégico, sendo considerado a “Black Friday do primeiro semestre”. No entanto, para o consumidor, a oportunidade de adquirir bens deve ser realizada de forma consciente, já que segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, do mês de fevereiro de 2025, cerca de 76,4% das famílias brasileiras se encontram endividadas, destas, 28,6% se encontram com contas em atraso.

Entre as dívidas mais comuns dos brasileiros, estão o cartão de crédito, com 83,8%, em primeiro lugar, os carnês, com 17%, e créditos pessoais, com 10,5%. Para o educador financeiro Fernando Lamounier, por mais que a data possa trazer boas oportunidades, quitar dívidas sempre deve ser o foco do consumidor.
“É preciso ter uma visão em longo prazo do que realmente vale a pena e, principalmente, do que está dentro do seu orçamento. Está tudo bem comprar algo que não seja extremamente necessário para suprir um desejo pessoal, desde que você não fique endividado por este motivo. Lembre-se: antes de sair comprando, se você tem dívidas, elas devem ser priorizadas”, comenta.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), apontou que a expectativa para 2025 para o dia do consumidor é otimista, com projeção de aumento de 10% em relação ao ano passado, podendo alcançar um faturamento de R$ 224,7 bilhões.
Embora estimativas variem, elas refletem a intenção de compra do brasileiro, por isso, caso o consumidor já tenha muitas compras parceladas ou dívidas em aberto, é aconselhável que se evite ainda mais o comprometimento de sua renda, ainda mais se estamos falando de bens que podem ser adquiridos em outras oportunidades. De acordo com a Peic, cerca de 29,9% da renda dos entrevistados se encontra comprometida com dívidas, o que resulta em um orçamento com pouca folga para imprevistos.

Para controlar a inflação, a taxa básica de juros, a Selic, está em 13,25%; isso altera o spread dos bancos, elevando-os até 40%. Havendo uma inibição de créditos oferecidos ao cidadão. Portanto, este não é um bom momento para contrair dívidas. Além disso, o preço dos insumos aumentou muito desde 2023, fazendo com que as pessoas gastem mais.

No entanto, caso o consumidor esteja mais organizado financeiramente e queira realizar compras na data é preciso ficar atento a alguns quesitos para assim não realize compras de forma impulsiva ou que prejudiquem seu planejamento.