As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV)Divulgação

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) avançou 1,6 ponto em setembro, para 84,7 pontos, interrompendo duas quedas mensais consecutivas.

O movimento foi acompanhado por altas nos dois componentes do indicador: o Índice de Situação Atual (ISA-COM) ganhou 1,7 ponto, para 88,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) também subiu 1,7 ponto, chegando a 82,0 pontos.

"Após dois meses de queda, a confiança do comércio subiu em setembro. No entanto, a alta não representou uma reversão do pessimismo, mas sim uma estabilização em patamar baixo. A deterioração anterior foi puxada principalmente pelas expectativas, que seguem em zona de pessimismo, indicando grande incerteza sobre o ritmo da atividade do varejo nos próximos meses. O momento favorável, de baixo desemprego e renda familiar em alta, não se traduz em otimismo para o setor", avaliou a economista Geórgia Veloso, do Ibre/FGV, em nota oficial.

No recorte da situação corrente, o quesito que avalia a percepção sobre os negócios subiu 1,1 ponto, para 86,3 pontos, e o indicador de volume de demanda atual avançou 2,1 pontos, atingindo 90,2 pontos. Do lado das expectativas, as perspectivas de vendas para os próximos três meses cresceram 0,2 ponto, para 79,5 pontos, e a tendência dos negócios nos próximos seis meses aumentou 3,0 pontos, para 85,1 pontos.

A FGV também destaca que, em médias móveis trimestrais, o índice de confiança cedeu 3,5 pontos no terceiro trimestre.

"O recuo foi influenciado pela piora tanto das avaliações sobre a situação atual quanto pelas expectativas para os próximos meses. As expectativas, em particular, acendem um sinal de alerta, uma vez que o indicador oscila para um nível muito próximo da marca de 80 ponto", apontou a FGV.

Os dados da edição de setembro foram coletados entre 1º e 24 de setembro.
Serviço
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 1,9 ponto em setembro, para 89,0 pontos, na série dessazonalizada, após três quedas seguidas, informou o Ibre/FGV.
A melhora foi puxada pelos dois componentes do indicador. O Índice de Situação Atual (ISA-S) ganhou 2,7 pontos, atingindo 93,9 pontos - maior nível desde maio -, enquanto o Índice de Expectativas (IE-S) subiu 1,1 ponto, para 84,2 pontos.

"Apesar da alta, o índice de confiança de serviços não altera a tendência de desaceleração observada ao longo do terceiro trimestre. Neste mês, notam-se alguns resultados positivos dentre os setores, sobretudo nos serviços prestados às famílias e de telecomunicações. A melhora na percepção da situação atual compensa parte da queda dos últimos meses", avaliou Stéfano Pacini, economista do Ibre/FGV, em nota oficial.

No ISA-S, o indicador de situação atual dos negócios teve um salto de 4,7 pontos, para 94,6 pontos, e houve acréscimo de 0,6 ponto no volume de demanda atual, que alcançou 93,1 pontos. Já no IE-S, houve melhora de 6,1 pontos na tendência dos negócios para os próximos seis meses, para 87,2 pontos, mas o componente de demanda prevista recuou 3,8 pontos, para 81,4 pontos.

"Apesar de alguma melhora nos indicadores sobre presente, as expectativas dos empresários apontam para pessimismo do setor nos próximos meses. Eles ainda esperam desaceleração da atividade no futuro", completou Pacini.

O levantamento coletou respostas de 1.329 empresas entre os dias 1º e 26 de setembro.