Turismo Religioso ganha força no Rio com aprovação da Rota dos Sagrados Divulgação/ Acervo Santuário Cristo Redentor
Turismo religioso pode injetar até R$ 300 milhões por ano na economia do Rio
Com a aprovação da Rota dos Sagrados, o estado busca atrair parte dos fiéis que visitam Aparecida e fortalecer um segmento que movimenta R$ 15 bilhões no país
O turismo religioso vem ganhando espaço na economia do Rio de Janeiro. A aprovação da lei que institui a Rota dos Sagrados, voltada à valorização de destinos de fé, promete impulsionar o setor e ampliar o fluxo de visitantes em templos, igrejas e santuários do estado.
Segundo o Ministério do Turismo, o segmento movimenta cerca de R$ 15 bilhões por ano no Brasil, atraindo 17,7 milhões de viajantes. Com a nova rota, o Rio pretende consolidar-se como destino de espiritualidade e cultura, estimulando uma cadeia que envolve hospedagem, alimentação, transporte e comércio local.
Estudo do Visit Rio Convention Bureau aponta que, se o estado conseguir atrair apenas 3% dos visitantes do Santuário Nacional de Aparecida, o impacto econômico pode chegar a R$ 300 milhões por ano. A estimativa reforça o potencial do turismo de fé como um vetor de desenvolvimento regional.
O movimento também se reflete no Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, que completa 94 anos neste 12 de outubro, data em que se celebra o Dia de Nossa Senhora Aparecida. O reitor do santuário, Padre Omar, afirma que houve crescimento nas celebrações, peregrinações e casamentos, impulsionado pelo Ano Santo do Jubileu “Peregrinos de Esperança”, proclamado pelo Papa Francisco.
A nova lei prevê ações como a catalogação de atrativos religiosos, a divulgação de eventos e circuitos, a inclusão de celebrações no calendário oficial e o incentivo à integração entre municípios. Um dos projetos em desenvolvimento é o Tarde com Maria, idealizado por Berthaldo Soares, que pretende criar um roteiro interestadual ligando o Rio de Janeiro a Aparecida do Norte e Canção Nova.
“O turismo religioso é uma forma de fortalecer não só a fé, mas também a economia. É um turismo cultural e familiar, que ajuda a cidade e o estado a se desenvolverem”, afirmou Soares.
Além dos destinos católicos, o Rio oferece uma diversidade de experiências inter-religiosas, como o Mosteiro de São Bento, a Basílica da Penha, o Grande Templo Israelita, a Mesquita da Luz e casas de matriz africana, como o Ilê Axé Opô Afonjá. Essa pluralidade reforça o papel da cidade como um destino de espiritualidade e diversidade religiosa — e, agora, também de oportunidade econômica.

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