Dólar recuou 0,35% nos três primeiros pregões de novembro Valter Campanato / Agência Brasil

O dólar exibiu queda firme no mercado local nesta quarta-feira, 5, em meio a forte apetite ao risco no exterior. Além da redução dos temores de uma correção mais forte das bolsas americanas, que assustou na terça-feira, 4, os investidores, divisas emergentes se beneficiaram da menor tensão comercial após a China anunciar suspensão de tarifas aos Estados Unidos, incluindo taxas adicionais sobre produtos agrícolas.

Operadores relatam eventual entrada de recursos externos para ações e renda fixa domésticas. O Ibovespa renovou seu recorde, ultrapassando pela primeira vez na história a marca dos 153 mil pontos. O real exibiu um dos melhores desempenhos entre divisas emergentes, ao lado do peso colombiano e do rand sul-africano. 
Com máxima de R$ 5,4060 e mínima de R$ 5,3540, o dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,69% cotado a R$ 5,3614. Depois de ganhos de 1,08% em setembro, a moeda recua 0,35% nos três primeiros pregões de outubro, com duas sessões de baixa e uma de alta. No ano, as perdas são de 13,25%, o que faz o real liderar os ganhos entre divisas latino-americanas no período.

O economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, afirma que o mercado operou em modo "risk-on" nesta quarta, com o anúncio da diminuição das tarifas chinesas aos EUA e recuperação das bolsas em Nova York, que ontem sofreram diante de alertas de possível correção mais forte dos preços das ações de bit techs.

"Ontem [terça-feira], o dólar fechou perto de R$ 5,40 e hoje está caindo como reflexo dessa melhora da percepção de risco. Temos também a bolsa na máxima histórica e um apetite por prefixados na renda fixa", afirma Costa, acrescentando que, do lado interno, a grande expectativa é pelo tom do comunicado do Copom.

Para o economista, o comitê precisa fazer alguns ajustes na comunicação, reconhecendo que houve melhora da inflação corrente e das expectativas, além do surgimento de mais sinais de enfraquecimento da atividade.