Alexandre Barbosa, diretor de Estratégia, Sustentabilidade e Finanças do SicrediAle Virgílio/Divulgação

O Rio de Janeiro entrou na mira do Sicredi, a primeira cooperativa de crédito do Brasil, fundada em 1902. Atualmente, ela tem 51 agências no Estado. O plano é abrir até o fim de 2026 de 10 a 15 novas unidades. A instituição cobre hoje 39% do território fluminense, com presença em todas as grandes e médias cidades das regiões Metropolitana, dos Lagos, Serrana, Sul e da Baixada.
O movimento de expansão contrasta com o que se observa em relação aos bancos tradicionais. Enquanto o Sicredi aposta na abertura de novas agências, as instituições financeiras trilham o caminho inverso, fechando unidades. Segundo o diretor de Estratégia, Sustentabilidade e Finanças da cooperativa, Alexandre Barbosa, o plano privilegia o contato com os associados;
“Não vamos descuidar do atendimento digital, mas queremos manter o contato olho no olho com o cooperativado. Entendemos que isso é indispensável para que possamos estreitar o relacionamento com cada associado. Na agência, ele pode tirar dúvidas e conhecer linhas de crédito e novos produtos. Além disso, o atendimento personalizado mostra o quanto ele é importante para nós”, destaca Barbosa.
A expansão no mercado fluminense busca levar um conceito que, apesar de antigo, ainda não é amplamente conhecido pelas pessoas. A cooperativa de crédito distribui seus ganhos entre os associados. Já o banco, divide seu lucro entre acionistas. Como instituição sem fins lucrativos, o Sicredi oferece aos cooperativados linhas de crédito, produtos e serviços com taxas inferiores. A lógica é simples: estimular o desenvolvimento econômico das comunidades, apoiando produtores rurais, empreendedores e trabalhadores.
Prosperidade
A partir da perspectiva de apoio ao desenvolvimento econômico, a cooperativa de crédito encomendou ao Datafolha a pesquisa “O que é prosperidade para o brasileiro”. A sondagem ouviu 2.003 entrevistados de 113 cidades em 25 estados, com nível de confiança de 95%.
O resultado mostrou que aspectos econômicos influenciam diretamente a percepção de prosperidade dos brasileiros. Contudo, o conceito vai além do dinheiro. Ele é compreendido pelos entrevistados a partir de quatro dimensões: econômica, psicológica, espiritual e social. A primeira delas aparece como a de maior peso, apontada por 39% das pessoas. Isso revela que oportunidades e estabilidade financeira são essenciais para uma vida próspera.
Para 26%, a dimensão psicológica é a mais importante, seguida pela espiritual (21%) e social (14%). Para o gerente de Pesquisa de Mercado do Datafolha, Paulo Alves, a sondagem mostra que a diversidade de visões e vivências individuais influenciam diretamente como as pessoas encaram o que é ser próspero.
“Esses dados mostram que, embora a prosperidade seja ampla, ainda é fortemente associada a questões econômicas. Mas o dinheiro é visto como um meio, e não um fim. É a base para sustentar outros aspectos relevantes — garante acesso à educação, saúde, moradia e oportunidades —, criando condições para que as demais dimensões também se desenvolvam. Aspectos emocionais, espirituais e sociais também entram na equação do que é prosperidade, com uma relevância significativa”, explica Alves.
A sondagem revelou ainda que 47% dos entrevistados afirmam prosperar “com dificuldade”. Eles apontam que se esforçam para “chegar ao fim do mês”, indicando que elementos como insegurança do mercado de trabalho, desigualdade no acesso a bens e serviços e falta de educação financeira representam obstáculos.
Mesmo diante das dificuldades, 41% se consideram muito prósperos, enquanto 40% se veem em um patamar intermediário. Para Barbosa, os resultados da pesquisa servem como balizamento para a atuação do Sicredi:
“Prosperidade é a essência do nosso propósito, por isso essa pesquisa é tão relevante para o Sicredi. Com esses resultados, vamos direcionar nossas estratégias de maneira ainda mais intencional, seja por meio de soluções financeiras, seja por meio de programas de educação financeira e projetos sociais que fortaleçam as comunidades onde estamos presentes. Mais do que um estudo, este é um passo para mensurar e ampliar nosso compromisso com o tema, alinhando nossas ações às expectativas das pessoas e ao futuro que queremos construir.”