Rio - A aplicação das provas no Concurso Nacional Unificado (CNU), conhecido como 'Enem dos Concursos', foi realizada neste domingo (18), em dois turnos: pela manhã e à tarde. Ao todo, 2,1 milhões de pessoas se mobilizaram para participar dos exames em todo o país. O estado do Rio teve 274.160 inscritos no concurso, ficando atrás apenas do estado de São Paulo, com 288.123.
fotogaleria
Ao todo, no Rio de Janeiro foram 402 locais de prova em todo o estado. Apenas na capital, foram criados 293 locais de aplicação de provas para atender a demanda. De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, os principais pontos de concentração dos candidatos no município foram os bairros de Bonsucesso, Maracanã, Tijuca, Centro, Botafogo e Gávea. A Prefeitura do Rio montou um esquema especial de trânsito ao longo do dia.
O DIA acompanhou a entrada dos participantes, na tarde deste domingo (18), no campus da Universidade do Estado do Rio (Uerj), no Maracanã, na Zona Norte. Ansiosos para finalizar a etapa dos exames, os candidatos definiram o CNU como uma oportunidade de ter estabilidade financeira na vida.
A assistente administrativa Juliana Brito, de 30 anos, conta que fazer a prova foi cansativo, mas que conseguiu voltar em casa para almoçar antes de iniciar a segunda etapa. "A preparação foi tranquila. Alguns assuntos são familiares para mim, porque procuro a mesma área. Fiz um cursinho que foi suficiente para a minha preparação. Está sendo cansativo, mas pelo menos consegui voltar em casa", diz. Juliana conta que a estabilidade é um fator importante para ela. "Com mais estabilidade vou conseguir pagar para estudar mais, que é algo que eu gosto bastante".
Ao contrário de Juliana, a produtora de audiovisual Thalita González, de 32 anos, não conseguiu retornar em casa durante o intervalo. Grávida, ela compartilhou a dificuldade em conciliar os estudos para o exame com o trabalho. "Poderia ter estudado mais, mas até pela questão de passar muitas horas trabalhando, inclusive fins de semana, fica mais difícil se programar para os estudos. Hoje não voltei para casa, mas não moro tão distante, sou da Zona Sul, mas é chato ter esse intervalo. Saímos daqui às 11h30 para voltar à tarde. E como estou grávida, foi ruim ter que esperar numa cadeira desconfortável", desabafou.
Thalita diz que também busca estabilidade, principalmente por causa do filho que está a caminho. "Como sou MEI em audiovisual, preciso trabalhar por muitas horas para ter um retorno financeiro. Então, busco aqui estabilidade, principalmente agora que estou grávida", diz.
Leônidas Siqueira, de 50 anos, trabalha como auditor fiscal no setor público do município do Rio. Segundo o candidato, a estabilidade ele já tem, mas o seu objetivo agora é conseguir diversificar e sair da rotina. "Estou nessa de concurso público há muito tempo. Então fiquei tranquilo durante a preparação. Não tenho mais aquele nervosismo do início", confessou em entrevista ao DIA.
A educadora Elza Pacheco, de 49 anos, além de considerar a segurança financeira ao se inscrever no concurso, também pensou em fazer a diferença no serviço público. "A comunicação do governo federal está precisando de novos profissionais, e a administração está sobrecarregada", disse.
Pela manhã, os portões abriram às 7h30 (horário de Brasília) e foram fechados exatamente uma hora depois, às 8h30 da manhã. Os candidatos tiveram 2h30 para terminar a prova. Após o intervalo, os candidatos retornaram para a segunda etapa do exame, às 13h. As provas foram distribuídas às 14h30. Para os candidatos de nível médio, o exame, que envolve questões de direito, matemática e realidade, se encerra às 17h30. Para o nível superior, as provas de conhecimentos específicos serão encerradas às 18h.
Ministra comenta logística
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou neste domingo (18) que a aplicação das provas ocorreu "sem nenhuma intercorrência". Ela fez um balanço sobre a primeira parte da aplicação das provas, de manhã, destinada à redação e questões discursivas. Segundo a ministra, as provas chegaram corretamente aos locais e começam a ser aplicadas pontualmente às 9h. Alguns locais registraram falta de energia elétrica, mas o serviço foi restabelecido.
De acordo com o ministério, o material foi entregue pelos Correios, sem problemas, em todos os mais de 3,6 mil locais de aplicação. Foram 170 toneladas em 20 mil malotes.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.