Debate realizado nesta quinta-feira (22) foi organizado pelos jornais O Globo, Extra, Valor e pela rádio CBN. Divulgação / O Dia
Publicado 22/09/2022 14:07 | Atualizado 02/10/2022 16:25
À frente nas pesquisas, o candidato à reeleição Cláudio Castro (PL) permaneceu como alvo principal de seus adversários no debate desta quinta-feira (22), organizado pelos jornais O Globo, Extra, Valor e pela rádio CBN. Já Marcelo Freixo (PSB) e Rodrigo Neves (PDT), que se estranharam anteriormente no debate da Band, tiveram uma postura muito mais amistosa um em relação ao outro. A atitude mostra uma sinalização para um possível segundo e uma resposta ao crescimento de Castro nas intenções de voto. Mesmo bombardeado, o governador manteve a postura na qual vem investindo desde o início da campanha de se colocar como "pessoa de diálogo".
No primeiro bloco do programa, “os fantasmas do Ceperj” foi mencionado por Rodrigo Neves (PDT) e Marcelo Freixo (PSB). O deputado federal e principal adversário de Castro respondeu o que chamou de “Bolsa Bandido”, dizendo que isso é “um dos maiores esquemas de corrupção que já vimos”.
Freixo apostou em colar o governo de Wilson Witzel ao de Castro, o acusando de “apagar” os dois anos em que foi vice Witzel, e o governador se esquivou, respondendo que, caso Freixo seja eleito, não será Cesar Maia a governar.
Ao ser questionado pela colunista do Extra, Berenice Seara, sobre ser conhecido por ter uma política de segurança pública “linha dura”, Castro procurou demonstrar uma clara diferença entre sua política e de seu antigo correligionário ao dizer que "não celebra a morte de ninguém", fazendo referência à atitude de Witzel ao descer de helicóptero na Ponte Rio Niterói, depois que o sequestrador de um ônibus, em surto psicótico, foi morto pela polícia em agosto de 2019.
Embora não tenha citado o presidente ao longo do debate, ao se despedir Castro pediu votos a Bolsonaro e Freixo foi questionado por querer nacionalizar sua campanha com o apoio de Lula. Em segundo lugar nas intenções de voto, o pessebista rebateu à pergunta do jornalista do Valor, Francisco Goes, que esta eleição “é um plebiscito sobre a Constituição de 88 e que o governo Bolsonaro é uma ameaça à democracia”.
Sobre o cancelamento de seu comício com Lula na Lapa e a confirmação do encontro do ex-presidente com o prefeito carioca Eduardo Paes na quadra da Portela, Freixo rebateu Goes dizendo que o ex-presidente não poderia cumprir dois grandes eventos devido a problemas na voz.
O deputado federal não deixou claro o seu apoio para o Senado Federal ao fugir da pergunta do colunista do O Globo, Lauro Jardim, que questionou se o voto de Freixo seria em André Ceciliano (PT) ou Alessandro Molon (PSB). Arrancando risos da plateia, o parlamentar respondeu que o voto é secreto e, mesmo após o jornalista rebater que o candidato expressa publicamente o voto para presidente, Freixo deu uma resposta amaciada dizendo que suas opções são “os dois melhores candidatos”.
Rodrigo Neves se concentrou em falar sobre as suas realizações durante os oito anos que foi prefeito de Niterói. O pedetista acusou o governador de ter um vice “indicado pela família Piciani e que controla a Assembleia Legislativa”, e em tom de alerta disse que, se eleito, Castro não cumprirá o mandato e o Rio será governado por Thiago Pampolha (União Brasil).
Em relação à “promessa da Linha 3 do metrô que nunca sai do papel”, o jornalista da CBN Frederico Goulart alfinetou o ex-prefeito afirmando que “na boca” de Neves essa promessa “tem um peso maior” já que ele administrou a cidade. Faltando apenas 10 dias para as eleições, o candidato focou em atrair os eleitores indecisos ou aqueles que ainda não decidiram o voto.
Paulo Ganime (Novo) manteve o comportamento de bombardear os demais adversários com críticas e foi acusado por Freixo de ser “agressivo”. Ganime disse que não “está agressivo” e sim “revoltado”. O postulante não soube dizer o nome do candidato à presidência pelo seu partido, apontando que o Novo não faz coligações, mas citou o nome do governador de Minas Gerais Zema várias vezes.
Com apresentação da Fecomércio-RJ e mediado por Carlos Andreazza (O Globo / CBN), o encontro aconteceu no auditório do Sesc do Flamengo, na Zona Sul do Rio.
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