Publicado 23/10/2022 22:48 | Atualizado 23/10/2022 22:52
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), teve a "petulância" de mandar um ministro para proteger o ex-deputado federal Roberto Jefferson, preso neste domingo, 23, após troca de tiros com policiais federais em sua casa no Rio de Janeiro.
Durante participação no podcast DL Show, o petista se referiu ao pedido de Bolsonaro para que o ministro da Justiça, Anderson Torres, acompanhasse a rendição de Jefferson. "Bolsonaro é muito agressivo. Ele teve a petulância de mandar o ministro da Justiça lá para proteger um cidadão que tinha se recusado a se entregar para a PF que cumpria o mandado de um juiz. Ou seja, é um absurdo", disse.
Nas redes sociais, Bolsonaro disse repudiar as declarações do ex-parlamentar contra a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia e que já havia determinado a ida de Torres ao Rio de Janeiro "para acompanhar o andamento" do episódio, o qual chamou de "lamentável".
Depois que Jefferson se entregou à Polícia Federal, o chefe do Executivo se referiu a ele como "bandido". "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", disse ele em vídeo publicado nas redes sociais.
Após troca de tiros de Jefferson com policiais federais, durante mandado de prisão na casa do ex-deputado, no Rio de Janeiro, Bolsonaro tentou se distanciar do ex-presidente do PTB. Em live ao lado do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o mandatário falou sobre o episódio e disse que não tinha "uma foto" dos dois juntos. Imagens de Bolsonaro ao lado de Jefferson, no entanto, podem ser encontradas na internet, inclusive nas redes sociais do próprio ex-deputado.
Prisão de Roberto Jefferson
Neste domingo, Jefferson afirmou ter trocado tiros com policiais federais que foram até sua casa para prendê-lo. O mandado para prender Jefferson é assinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e foi enviado para a Polícia Federal do Rio de Janeiro no fim da noite do sábado, 22.
Em um vídeo gravado no momento da operação, Jefferson disse que não iria se entregar. De acordo com a PF, dois agentes ficaram feridos na ação por "estilhaços de granada arremessados pelo alvo", mas foram socorridos e passam bem.
Após o episódio na casa de Jefferson, Moraes determinou uma nova ordem de prisão contra o ex-parlamentar, desta vez em flagrante, por suspeita de tentativa de homicídio dos dois policiais que ficaram feridos durante ação.
A operação aconteceu após Roberto Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” pelo voto favorável da magistrada em conceder 116 direitos de resposta ao ex-presidente Lula na Jovem Pan, depois que o canal divulgou informações falsas sobre o petista. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha dele.
A Associação Brasileira De Juristas Pela Democracia (ABJD) chegou a ir ao STF pedir para revogar a prisão domiciliar do ex-deputado após as declarações. Segundo os juristas, as ofensas misóginas de Jefferson violam as regras impostas a ele para o benefício.
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