Após cinco horas de cerco e tensão, Roberto Jefferson se entrega à PF
Ex-deputado federal não obedeceu ordem de prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e atirou granadas e deu tiros fuzil contra agentes
Carro da Polícia Federal que foi alvo de tiros de Roberto Jefferson - Reprodução
Carro da Polícia Federal que foi alvo de tiros de Roberto JeffersonReprodução
O ex-deputado federal Roberto Jefferson se entregou após cinco horas de cerco em sua casa neste domingo, 23, no município de Levy Gasparian, na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro. O ex-parlamentar resistiu à prisão e trocou tiros com policiais federais, ferindo um delegado e uma agente. Ambos estão fora de perigo. Ele arremessou três granadas e disparou duas vezes seu fuzil. Jefferson foi encaminhado para a sede da Polícia Federal no Rio, na Zona Portuária, onde chegou por volta das 21h15.
Nas redes sociais, o presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), Alexandre de Morais, parabenizou os policiais envolvidos na operação e condenou o ataque feito pelo ex-deputado. "Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos", disse.
Em um vídeo gravado no momento da operação, com os agentes na porta da sua casa, Jefferson havia afirmado que não iria se entregar. “Eu não vou me entregar, porque acho um absurdo. Eu vou enfrentá-los”, disse. Em outro momento, o ex-deputado federal mostrou imagens das câmeras de segurança onde é possível ver marcas de balas no para-brisa da viatura da PF. No vídeo, Jefferson disse que trocou tiros com a Polícia Federal e afirmou ser um "líder". “Vou mostrar a vocês que o 'pau' cantou. Eles atiraram em mim e eu atirei neles", afirmou.
Nos momentos seguintes, Roberto Jefferson gravou outro vídeo negando ter atirado com intuito de acertar algum agente. Segundo o ex-presidente do PTB, os tiros acertaram o carro da PF e regiões próximas aos agentes. “Eu não estou atirando em cima deles, eu dei perto, não atirei neles. Eu não atirei em ninguém para pegar”, disse Jefferson. “Eles já me humilharam muito, minha família. Eu vi minha mulher chorando e fiquei impotente. Eles pisaram nas calcinhas e camisolas dela por crime de opinião”, acusou.
A assessoria de imprensa da Polícia Federal no Rio de Janeiro havia se manifestado neste domingo sobre o episódio. Segundo a PF, "policiais federais foram à casa do alvo para cumprir ordem de prisão determinada, na data de ontem (sábado, 22), pelo STF, e durante a diligência, na manhã de hoje (domingo, 23), o alvo reagiu à abordagem da PF que se preparava para entrar na residência. Dois policiais foram atingidos por estilhaços, mas passam bem. A diligência está em andamento".
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