’Le Monde’ fala sobre ataque de Roberto Jefferson a policiaisReprodução/Internet
Publicado 24/10/2022 11:18 | Atualizado 24/10/2022 12:11
Jornais de todo o mundo repercutiram o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) a policiais que foram prendê-lo, neste domingo, 23. Durante a manhã, ao receber a voz de prisão pela Polícia Federal, em sua casa, no município de Levy Gasparian, no interior do Rio, Jefferson reagiu com tiros e granadas.
Os periódicos relacionaram a imagem de Jefferson a do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Político do Brasil e aliado de Bolsonaro recusa prisão e fere polícia", diz a manchete do americano "The Washington Post".
"Um político aliado do presidente Jair Bolsonaro manteve o Brasil no limite por horas neste domingo", foi assim que o espanhol "El País" iniciou a matéria, que apontou que "a resposta violenta do político contra uma decisão do juiz Moraes coincide com seu enorme destaque."
O periódico ressaltou ainda que o incidente acontece sete dias antes do segundo turno das eleições presidenciais e disse que "há temores de que ele -Bolsonaro- não aceite uma possível derrota e que, como Donald Trump nos Estados Unidos, decida incentivar seus apoiadores a se mobilizarem contra os resultados". "Muitos bolsonaristas estão armados", afirmou o "El País".
O diário alemão "Deutsche Welle", apontou que "dezenas de bolsonaristas se dirigiram ao local para prestar apoio ao ex-deputado".
O jornal inglês "The Guardian", também relacionou os dois. "Roberto Jefferson, ex-deputado e aliado do presidente Jair Bolsonaro, disparou fuzil contra policiais e lançou granadas, ferindo dois policiais", disse a reportagem. O periódico ressaltou a "rapidez" de Bolsonaro em "criticar seu aliado", apontando que o presidente afirmou não haver fotos dos dois juntos, mesmo que elas existam. 
O "The Guardian" relembrou ainda a condenação do parlamentar Daniel Silveira e criticou o mandatário que "rapidamente concedeu perdão a Silveira, que apareceu ao lado do presidente depois que ele votou no primeiro turno da eleição em 2 de outubro".
Na França, o "Le Monde" se referiu ao caso como "um transbordamento de rara violência que diz muito sobre o estado de tensão que agita o Brasil". O jornal, que também falou da aliança entre Bolsonaro e Jefferson, escreveu sobre o mandatário: "insistiu que não tinha ligação com Jefferson, quem havia dito em 2020 que o presidente era seu "amigo próximo". O líder também negou ter aparecido em fotos ao lado do ex-deputado, mas vários veículos mostraram imagens dos dois juntos quando o ex-capitão do Exército chegou ao poder em 2019."
O jornal argentino "La Nacion" foi mais um dos que se elencou Jefferson ao presidente do Brasil. "O próprio Bolsonaro - que enviou seu ministro da Justiça Anderson Torres para negociar a entrega - soltou a mão de seu então aliado sete dias antes da disputa eleitoral", afirmou o periódico. O "La Nacion" lembrou ainda que Roberto Jefferson "também ficou famoso quando gravou um vídeo com dois revólveres em que ameaçava matar o embaixador chinês no Brasil".
Roberto Jefferson feriu dois policiais na ação deste domingo, 23. De acordo com a PF, os agentes estão bem. Ele se entregou às 19h, foi levado à sede da PF e depois transferido ao presídio de Benfica, na Zona Norte, na madrugada desta segunda-feira, 24, por volta de 1h15.
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