Alisson  - (Juan MABROMATA / AFP)
Alisson (Juan MABROMATA / AFP)
Por Yuri Eiras
Rio - A época de goleiros espalhafatosos acabou. A firmeza de Alisson ao defender a cobrança de falta de Messi, terça-feira, foi um retrato de como a posição está, literalmente, em boas mãos. Apesar de o craque argentino ter batido no ângulo, Alisson estava tão bem posicionado que nem precisou se esticar muito para alcançar a bola. A fase é das melhores: o camisa 1 não é vazado há mais de 14 horas (846 minutos) — ou nove jogos, contando suas atuações por Liverpool e seleção brasileira.
Aos 26 anos, Alisson tem 41 jogos pela Seleção, com 16 gols sofridos. A média de 0,39 gol por partida é melhor que até que a do seu ídolo Taffarel — são 99 jogos, 64 gols sofridos e média de 0,64. Alisson, aliás, é pupilo do tetracampeão mundial, hoje seu preparador de goleiros na Seleção. A identificação vem de longe: ambos são gaúchos e saíram do Internacional para o futebol italiano. Taffarel para o Parma, Alisson para a Roma.
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O atual camisa 1 estreou no gol do Brasil em 2015, ainda com Dunga. Até então, a fama com a torcida era mais pelos olhos azuis e cabelos bem penteados, e menos pelo talento debaixo das traves. O treinador deixou o cargo após a Copa América, em 2016, Tite entrou e a posição não mudou de mãos. Discreto, Alisson, aos poucos, ficou mais bonito aos olhos dos brasileiros. Em 2018, foi vendido para o Liverpool, como o goleiro mais caro da história — deixou a Roma por 72 milhões de euros (cerca de R$ 323 milhões). No competitivo futebol inglês, tornou-se absoluto em um time cheio de estrelas. Na Seleção, foi protagonista em diversos momentos. Se todo bom time começa por um bom goleiro, estamos bem na foto.