Daniel ao lado de Cris Brittes - Reprodução
Daniel ao lado de Cris BrittesReprodução
Por O Dia
Rio - O processo do caso Daniel, que investiga a morte do jogador no mês de outubro do ano passado, no Paraná, ganhou uma nova informação nesta semana com o laudo da perícia do Instituto de Criminalística realizada no celular de Cristiana Brittes , esposa de Edison Brittes, o assassino confesso.
Segundo a rede RPC , o documento aponta que todos os aplicativos foram apagados do aparelho de Cris após a morte do jogador, inclusive os de conversa, como WhatsApp, que teria eventuais mensagens sobre o caso Daniel .

Horas antes de ser presa, Cris Brittes levou o celular para uma assistência técnica por conta de um defeito no microfone. O sistema operacional do aparelho não registra "de maneira explícita a data/hora de desinstalação de aplicativos", de acordo com o laudo.

"O exame do aparelho foi parcialmente prejudicado, devido à exclusão de aplicativos de redes sociais e comunicações instantâneas, tais como ‘WhatsApp’, ‘Instagram’ e ‘Facebook’, o que impossibilitou a recuperação de mensagens trocadas com os mesmos", diz a perícia.

"Não foi possível determinar quando os aplicativos foram removidos do aparelho, mas até a data dos fatos sendo investigados (27/10/2018) todos estes aplicativos ainda estavam instalados no aparelho. A fabricante do aparelho (empresa ‘Apple’) pode fornecer eventuais registros complementares armazenados na nuvem (serviço “iCloud”), mediante solicitação judicial", completa a investigação.

Já Renan Pacheco Canto, advogado da família Brittes, defendeu seus clientes. "O que o laudo constata é que as redes sociais do celular, que foi enviado para uma assistência técnica, foram desinstalados. Isso é natural, quando uma pessoa vai levar um celular em uma assistência, ela tirar o WhatsApp, a senha do Facebook, os dados pessoais", disse ao Paraná Portal .

No laudo consta que a perícia foi realizada para uma possível reconstrução da linha do tempo dos eventos. A perícia criou a sequência da festa de aniversário de Allana Brittes (26 de outubro de 2018), até o dia que o aparelho celular foi entregue para à polícia (7 de novembro de 2018), de acordo com os arquivos encontrados.

No documento, os peritos divulgaram duas capturas de tela que foram enviadas por Allana Brittes para a mãe, Cris, com trechos de conversa dela com o jogador e outra com o pai.

Em uma das imagens, a filha do casal conversa com Daniel, que tenta marcar um encontro. Ela informa que só vai se for acompanhada de uma amiga. A outra imagem é uma captura de tela do WhatsApp de Allana com o pai, Edison Brites. Ela conta sobre o encontro com o jogador e o pai não deixa a filha sair com ele.

Quem são os acusados

Além da família Brittes (Edison, Cristiana e Allana), outras quatro pessoas são acusadas do crime.

O empresário Edison Brittes já confessou ter matado Daniel, alegando que jogador tentou estuprar Cristiana Brittes, sua esposa, em casa. Por outro lado, a Polícia Civil e o MP-PR (Ministério Público do Paraná) entendem que não houve tentativa de estupro.

De todos os acusados, apenas Evellyn Perusso responde em liberdade. Os outros seguem detidos.

Veja quem são os réus :

Edison Brittes Júnior : acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor e coação no curso do processo;
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Cristiana Brittes : acusado de homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor;
Allana Brittes : acusada de coação no processo, fraude processual e corrupção de adolescente;
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Ygor King : acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
Eduardo da Silva : acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor;
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David Willian da Silva : acusado de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual, corrupção de menor e denunciação caluniosa;
Evellyn Brisola Perusso : acusada de denunciação caluniosa, fraude processual, corrupção de menor e falso testemunho.
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A juíza do caso Daniel já ouviu testemunhas de acusação e defesa em outras duas fases de audiência, em fevereiro e em abril deste ano de 2019. Prestaram depoimento pessoas que estavam na festa de aniversário de Allana Brittes, na véspera do crime, e familiares de Daniel e dos acusados.


Matéria produzida pelo iG