De volta a Saquarema, a bicampeã olímpica  Sheilla aproveita as horas livres para curtir as gêmeas Ninna e Liz - Arquivo Pessoal
De volta a Saquarema, a bicampeã olímpica Sheilla aproveita as horas livres para curtir as gêmeas Ninna e LizArquivo Pessoal
Por ANA CARLA GOMES
Rio - As viagens a Saquarema não são mais iguais para Sheilla. Fazia tempo que a bicampeã olímpica não aparecia por lá, mas o seu retorno à seleção brasileira de vôlei após três anos de ausência a levou de volta ao centro de treinamento, no início do mês, agora acompanhada pelas filhas gêmeas, Liz e Ninna, que nasceram em novembro de 2018, frutos do seu casamento com Brenno Blassioli.
Sheilla havia se despedido da Seleção na Olimpíada do Rio (2016). Agora, foi chamada pelo técnico José Roberto Guimarães para treinar com o grupo em Saquarema e se apresentou no dia 1º, quando completou 36 anos. "Foi bem legal o retorno. Estou gostando de voltar a treinar vôlei. Estava sentindo falta, estou percebendo agora que estou treinando. Ainda não estou saltando, mas já estou em contato com a bola e está bem legal", diz Sheilla.
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Após ser mãe, Sheilla decidiu retornar ao vôlei neste ano, acertando com o Itambé-Minas, onde vinha mantendo a forma. Ela conta como é seu dia a dia em Saquarema com as filhas: "O que mudou na rotina é que não tenho mais aquelas horas livres, fico com elas no gramado, brinco, mas continuo tendo tempo de descansar. Tem sempre alguém lá comigo e com as minhas filhas para ajudar. Então, dá para conciliar tudo muito bem".
Ouro em Pequim-2008 e em Londres-2012, ela conta o que a fez voltar ao time nacional: "Várias coisas me motivaram. Sei que a Seleção está num momento difícil de renovação e posso contribuir bastante com isso para ajudar e inspirar as mais novas. Posso ser espelho para muitas ali dentro".
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O seu chamado para os treinamentos coincide com a convocação da central Fabiana, também bicampeã olímpica, que havia se despedido da Seleção, mas não parou de jogar. Vice-campeão da Liga das Nações neste ano, o Brasil agora se prepara para o Pré-Olímpico, em agosto. "Nós estávamos amadurecendo essa ideia há muito tempo. Foi uma decisão que a gente tomou em março, conversando com o Zé, realmente para ajudar nesse processo de renovação, como exemplos".
Sheilla comenta ainda os questionamentos que recebeu em redes sociais de que ela e Fabiana poderiam prejudicar o espaço dado às jogadoras mais jovens: "Sinceramente, acho que foi a minoria que fez esses questionamentos. Todo mundo está apoiando muito. As coisas negativas não mexem nem um pouco comigo. Sei o quanto posso contribuir com essa renovação da Seleção. Agora é pensar na Seleção, no Minas e na evolução diária para ajudar os dois da melhor maneira possível".
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Tanto no clube quanto na seleção brasileira, ela terá que driblar a saudade das filhas nas viagens: "Não será fácil, mas sabia que iria acontecer a partir do momento em que voltasse a jogar. Estou me preparando aos poucos".
Sobre sua condição física, a oposta conta sentir evolução diária: "Estou me sentindo bem fisicamente, evoluindo carga diariamente na musculação. Não fiquei com dor muscular nenhuma desde que me apresentei à Seleção. Já vinha treinando o mês de junho inteiro no Minas fisicamente na musculação. Faz duas semanas que eu peguei em bola, sem salto".