O jogo com o São Paulo, domingo, chegou a ser interrompido após torcida do Vasco entoar cântico homofóbico - Daniel Castelo Branco
O jogo com o São Paulo, domingo, chegou a ser interrompido após torcida do Vasco entoar cântico homofóbicoDaniel Castelo Branco
Por Yuri Eiras
Rio - A atitude do árbitro Anderson Daronco ao chamar a atenção de Vanderlei Luxemburgo para os gritos homofóbicos vindos de torcedores do Vasco, domingo, reverberou para fora de São Januário. O próprio clube repudiou a atitude vinda da arquibancada, e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) disse que vai analisar o caso, relatado na súmula. A entidade, no entanto, não irá punir o Cruzmaltino com a perda de pontos, conforme previsto no Código Disciplinar.
Internamente, clubes e torcidas se movimentam para que gritos e atitudes homofóbicas sejam extintos dos estádios do país. Em nota, o Vasco disse que "lamenta e repudia qualquer canto ou manifestação de caráter homofóbico por parte de alguns de seus torcedores". "Se existe um Clube no Brasil historicamente habituado a levantar a voz contra qualquer tipo de discriminação este é o Vasco da Gama, dono da história mais bonita do futebol", continuou o esclarecimento.
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No comunicado, o Vasco diz ainda que o gritos não devem ser cessados para que o clube não seja prejudicado,"mas, sim, por uma questão de cidadania e respeito ao próximo e cumprimento da lei. Se existe um Clube no Brasil historicamente habituado a levantar a voz contra qualquer tipo de discriminação este é o Vasco da Gama, dono da história mais bonita do futebol". Na semana passada, o STJD anunciou que gritos homofóbicos poderiam acarretar em perda de pontos para os clubes. 
O Botafogo também se movimentou para conscientizar seus torcedores contra a homofobia. Ontem, o clube publicou nas redes sociais: "Não à homofobia. Discriminação é crime e pode prejudicar seu clube do coração".
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Nas torcidas, há um movimento para que os gritos homofóbicos sejam extintos dos estádios. Diego Lima, uma das lideranças do Movimento Nação 12, do Flamengo, explica. "Desde 2016 a gente se posiciona criticando a homofobia no futebol. Em 2017, abolimos do repertório. Mas, como é uma luta que não pode parar, uma das estratégias que a gente usa é o diálogo. Alguns torcedores enxergam a torcida como um movimento que está à parte da sociedade. Para zombar do seu rival, você não precisa apelar para nenhum tipo de preconceito. Pode usar a criatividade, citar alguma goleada histórica, um título, um vexame qualquer".