Flavio Canto comparece ao velório de Robson GracieWebert Belicio / Agnews
Familiares e amigos se despedem de Robson Gracie no Rio
Neta do lutador, Kyra Gracie, Malvino Salvador e Eduardo Paes compareceram ao velório neste domingo
Rio - Amigos e familiares deram o último adeus a Robson Gracie, na sede da prefeitura do Rio, na Zona Sul do Rio, neste domingo. O prefeito Eduardo Paes, a neta do lutador, Kyra Gracie, e Malvino Salvador estiveram no Palácio da Cidade para se despedir do ex-lutador, que morreu aos 88 anos, na última sexta-feira.
Na ocasião, Kyra e Malvino vestiam um kimono branco, como foi pedido pela família. Emocionada, a lutadora foi consolada pelo marido. Mauricio Mattar, Flavio Canto também compareceram ao local para se despedir lenda do jiu-jítsu.
Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes também foi ao velório de Robson e lamentou a morte dele através do Twitter. "Minha manhã de domingo começou de forma triste. Fui prestar minhas homenagens ao Robson Gracie, figura tão importante para o mundo dos esportes e para o Rio além de um ser humano incrível. Meus sentimentos aos familiares, amigos e fãs".
Kyra anunciou a morte do avô nas redes sociais neste sábado. "Eu me despeço do meu eterno avô amado que é uma das pessoas mais importantes da minha vida", escreveu ela no Instagram. A causa do falecimento não foi informada. O ex-lutador deixa os filhos Charles, Renzo, Keila, Ralph, Flávia e Robson Gracie Jr, além de Ryan Gracie, que morreu em 2007.
Carreira no esporte e na política
Robson nasceu em 1935 e foi o segundo filho de Carlos Gracie, patriarca da família. Ele iniciou nas artes marciais em abril de 1957, fazendo sua estreia no Vale-Tudo com uma vitória sobre Artur Emídio. Durante sua carreira nas lutas, Robson recebeu a faixa vermelha de jiu-jítsu, o mais alto grau. O lutador foi uma importante figura no crescimento da modalidade e do MMA no Brasil.
O ex-lutador também teve carreira conhecida na política. Nos anos 60, Robson foi contratado para ser guarda-costas de Leonel Brizola, cunhado do então presidente João Goulart. Pelo seu envolvimento, Robson foi preso durante o golpe militar de 1964, e ficou 64 dias sendo torturado sob custódia. Sua esposa, Vera Lúcia, fez representações ao governo solicitando a sua liberação, e, por conta disto, também foi presa, mas liberada poucos dias depois.
Na década de 1980, Robson Gracie assumiu a presidência da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), no primeiro mandato de Leonel Brizola como governador. Ele também assumiu, pouco tempo depois, a presidência da Federação de Jiu-Jítsu do Rio de Janeiro (FJJ-Rio).
Em outubro de 2018, pouco antes do segundo turno das eleições, entregou uma faixa preta de jiu-jítsu para o então candidato Jair Bolsonaro, que sequer treinou o esporte de fato, sendo criticado por parte de sua família. Alguns dias depois, demitiu seu irmão, Reyson Gracie, por ter votado em Fernando Haddad, do PT, nestas eleições.