Raphael Claus via interferência no trabalho após comentários da Central do ApitoPaul Ellis / AFP

O fim da Central do Apito da TV Globo, em março, foi considerado um alívio para o árbitro Raphael Claus. Em entrevista ao podcast Flow Sport Club, ele explicou como a participação constante de ex-árbitros nas transmissões aumentava a pressão no trabalho.
"Aliviou demais. Vamos supor, o jogo é transmitido e 10 milhões de pessoas acompanhando. Aí o cara fala 'esse lance não é vermelho'. Mas depois da partida aparecia no programa para 100 mil pessoas e corrigia. E outro detalhe, às vezes falam na transmissão e rapidinho chega no campo (para os jogadores). E isso distorce o jogo. 'Falou lá que foi pênalti'. Isso é ruim para o futebol. É uma ferramenta que atrapalha o jogo", opinou.
Claus também ressaltou que os comentaristas de arbitragem não consideravam as orientações que os árbitros recebiam e optavam por dar opiniões pessoais.
"(Wilson) Seneme (Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF) é membro da Fifa. Ele não cria regra da cabeça dele. Tudo que ele passa é orientação que vem da Fifa. É a mesma coisa na Conmebol, na Federação Paulista. Não é que o árbitro apita diferente, é que o jogo às vezes é diferente. Às vezes o comentarista não está avaliando o que o árbitro é orientado. Ele está dando uma opinião pessoal dele. E isso é ruim", explicou.
Ao encerrar o quadro Central do Apito, após muitas críticas, a TV Globo demitiu Sandro Meira Ricci e Fernanda Colombo. Paulo César de Oliveira segue como comentarista de arbitragem e participa de programas do SporTV.