Arena do CorinthiansBruno Texeira / Ag. Corinthians

Rio - Em julgamento realizado nesta quinta-feira (6), o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu que o Corinthians será punido com portões fechados por conta de cantos homofóbicos. A punição foi de um jogo e será cumprida contra o Vasco, no dia 30 de julho, pela 17ª rodada do Brasileirão.
A punição já havia sido determinada na 3ª Comissão Disciplinar, mas o Corinthians conseguiu um efeito suspensivo. O próximo jogo do clube paulista em casa seria contra o Grêmio, pela 15ª rodada, mas houve um adiamento. Por isso, a punição será cumprida contra o Vasco. 
"O clube não identificou nenhum torcedor num estádio moderno com todas as possibilidades para dizer "olha, vai ficar 720 dias sem entrar na praça desportiva". De nada adianta fazer publicidade e marketing contra homofobia no telão para 45 mil pessoas se as pessoas não respeitam", disse o procurador do STJD, Rafael Bozzano.
O relator do caso foi o auditor Maurício Neves Fonseca, que pediu a manutenção da punição da 3ª Comissão Disciplinar. O advogado do Corinthians, Daniel Bialski, pediu a absolvição e disse que não há dolo no cântico homofóbico, ressaltando ser uma "cultura de 30 anos" do futebol brasileiro.
"Todos repudiam qualquer tipo de discriminação, preconceito, intolerância e discurso de ódio, mas tem que se analisar o elemento subjetivo. A sociedade mudou, mas isso não quer dizer que se trata de homofobia. Essa provocação existe também do Flamengo contra o Fluminense. Não necessariamente existe dolo a se dizer "isso é homofóbico". Não é. Não tem dolo. É canto para provocar um e incentivar o outro", disse.
O Corinthians foi julgado no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que proíbe praticar ato discriminatório. Os cantos homofóbicos aconteceram no jogo contra o São Paulo, em maio, pelo Brasileirão. O jogo chegou a ser paralisado pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo no segundo tempo e, neste momento, os cantos ganharam mais força.