Cristiano Ronaldo teria feito um acordo para manter o silêncio da modelo em troca de R$ 2 milhõesFoto: Fayez NURELDINE / AFP

Estados Unidos - Mais de um ano depois do suposto caso de estupro de Cristiano Ronaldo ser arquivado nos Estados Unidos, a modelo Katheryn Mayorga tenta reabri-lo na justiça. De acordo com a imprensa internacional, um tribunal de apelação norte-americano ouvirá os argumentos nesta quarta-feira (4) e decidirá se atende ou não o pedido. 
O desejo da vítima é receber uma indenização milionária que seria muito superior aos 375 mil dólares (cerca de R$ 1,9 milhões na cotação atual) frutos de um acordo de confidencialidade com o astro português.
No pedido ao Tribunal de Apelações dos EUA para o 9º Circuito, os advogados da modelo argumentam que a justiça americana se equivocou ao não incluir como prova o acordo de confidencialidade. No meio do ano passado, a juíza americana Jennifer Dorsey arquivou o pedido de indenização, sob a justificativa, segundo o canal "Sky News", de que a advogada de Katheryn Mayorga agiu "de má fé" ao usar documentos confidenciais.
Cristiano Ronaldo teria cometido o suposto crime no dia 12 de junho de 2009, no hotel Palms, em Las Vegas, mas o processo foi aberto somente nove anos depois, em setembro de 2018, com base na apresentação de um documento em que o jogador teria feito um acordo para manter o silêncio da modelo em troca de 375 mil dólares. A intenção de Mayorga era anular essa decisão e ganhar uma indenização de cerca de 64 milhões de euros (cerca de R$ 347 milhões na cotação atual).
Entenda o caso:
Em 2018, a revista alemã 'Der Spiegel' publicou uma entrevista de Katheryn Mayorga que abordou o assunto quando a americana apresentou o processo à Justiça do Condado de Clark, onde fica a cidade de Las Vegas. A modelo revelou que ficou em silêncio durante todo esse tempo por ter assinado um documento prometendo não divulgar a história.
No processo, Mayorga afirma que encontrou CR7 no hotel Palms, em 12 de junho de 2009 e a convidou com outras amigas a irem a sua cobertura no local. Lá, o português teria oferecido camisetas e shorts para que todas entrassem em uma jacuzzi e atacado Katheryn quando ela estava trocando de roupa.
Cristiano teria pedido para que a jovem fizesse sexo oral com ele, e, ao receber uma resposta negativa, teria levado a modelo para um quarto e a estuprado, enquanto ela gritava "Não, não, não". A acusação ainda diz que o jogador apenas pediu desculpas após o ato e, na sequência, ofereceu 375 mil dólares pelo silêncio de Katheryn - que teria assinado um contrato para receber o valor.

A intenção da suposta vítima seria anular esse documento, acusando CR7 de se aproveitar da fragilidade emocional de Mayorga para obrigá-la a assinar o contrato Ela estaria sendo auxiliada por um novo advogado, que a convenceu a trazer o caso de volta à tona na época.

Por outro lado, os advogados do craque classificaram a entrevista como "violação de direitos pessoais" do cliente e "é inadmissível quanto a sua privacidade". O próprio Cristiano Ronaldo se posicionou em suas redes sociais, afirmando que se tratavam de notícias falsas e que "as pessoas queriam se promover por meio de seu nome".

Mayorga pedia uma indenização no valor de 64 milhões de euros, sendo 20 milhões pela "dor e sofrimento passados", 20 milhões pela "dor e sofrimento futuros" e outros 20 milhões por danos punitivos. O restante seria para cobrir as despesas de advogados. O jogador sempre negou as acusações, garantindo que a relação foi consensual.