Endrick em treinamento pela seleção brasileiraVitor Silva / CBF

 Uma das grandes promessas do futebol brasileiro, o atacante Endrick, do Palmeiras e convocado nesta data-fifa para a Seleção, afirmou ter sido vítima de racismo na sua infância. Em entrevista ao "ge", o jogador comentou que o episódio aconteceu em uma partida de futebol em Brasília, quando tinha apenas nove anos.
"Racismo é uma coisa forte. É difícil para nós falarmos. É triste ver isso. Eu sofri, sim, quando tinha 9 anos em Brasília. Minha tia foi na Polícia, fez boletim (de ocorrência) e não deu em nada", afirmou Endrick.
"Era 1 a 1, um jogo em Brasília, eu fiz o gol da virada e fui comemorar. Os pais dos garotos do outro time, acho que subiu raiva no coração deles, começaram a me chamar de macaco, fazer gestos obscenos. De pequeno, eu não sabia. Minha tia foi na polícia, fez o boletim de ocorrência, mas não deu em nada. Quando fiquei sabendo, deixei nas mãos de Deus. As pessoas que fazem isso com Vini ou que fazem na Libertadores, que acontece bastante também, Deus vai pesar a mão, fazer o que for preciso para essas pessoas melhorarem ou vai acontecer algo pior quando Ele voltar", complementou.
Por mais que condene e lamente o racismo, Endrick também garantiu que, caso algum torcedor rival pratique atos racistas com ele, não irá se afetar e continuará jogando o seu melhor futebol.
"Não vou me abalar com isso, vou seguir de cabeça erguida. Se eles fizerem, eles vão ficar bravos porque eu não vou me irritar, vou ficar tranquilo", concluiu o atacante e 17 anos.
Vendido ao Real Madrid por volta de 72 milhões de euros (R$ 409 milhões na cotação da época), onde se apresentará em 2024, quando completar 18 anos, Endrick vem fazendo uma boa temporada no Palmeiras. O atacante de 17 anos tem 12 gols em 49 jogos pelo Palmeiras em 2023, além de ter sido convocado pela primeira vez em sua carreira para a Seleção principal, apesar de sua pouca idade. Ele fez sua estreia na derrota para a Colômbia, na última quinta-feira (16).